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Jerónimo de Sousa diz que “grande capital” aguarda verbas de Bruxelas para “encher os bolsos à custa dos trabalhadores”

O secretário-geral do PCP considera que o plano que o Governo apresenta mantém as opções e orientações de política que “fragilizou ao longo dos anos” o país e defende a “valorização dos salários”.
Cristina Bernardo
23 Setembro 2020, 16h15

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, lançou farpas ao líder social-democrata durante uma intervenção no debate parlamentar desta quarta-feira, acusando Rui Rio de caçar votos “ao grande capital” que, diz, aguardar as verbas que irão chegar de Bruxelas para “encher os bolsos à custa dos trabalhadores”.

O líder comunista reagiu assim à intervenção de Rui Rio, que minutos antes, defendeu que o Plano de Recuperação e Resiliência deve apoiar as empresas.

“Portugal deve bater-se para que os fundos comunitários que venham a ser disponibilizados sejam integrados, numa estratégia nacional de desenvolvimento. Devem ser as prioridades nacionais e não as imposições da União Europeia que devem determinar para onde vão os fundos comunitários. Esses fundos devem responder às prioridades e necessidades do país, em vez de serem desviados para os grupos económicos como aconteceu no passado”, afirmou, por contraponto Jerónimo de Sousa, no debate sobre a “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2030-2030”, a decorrer esta quarta-feira no Parlamento.

Voltou a hastear as principais bandeiras do PCP e defendeu a valorização dos salários, a recuperação do controlo público e setores estratégicos e valorização dos setores produtivos, a par de um reforço do emprego público, na resposta do país à crise.

“Na proposta apresentada pelo Governo não encontramos resposta a estas questões. Em muitos aspetos, o plano que o Governo apresenta mantém as opções e orientações de política que fragilizou ao longo dos anos o nosso país”, disse, acrescentando que “o desenvolvimento do país e a resposta à crise exigem o aumento dos salários, designadamente o salário mínimo nacional. Exigem a valorização dos direitos dos trabalhadores, exigem o combate à desregulação dos horários de trabalho”.

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