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Jerónimo de Sousa: “Há muitas empresas onde os trabalhadores nem sequer conhecem a entidade patronal”

Secretário-geral do PCP apontou alteração dos vínculos laborais como um desafio para a renovação da militância. Quanto às autárquicas, afasta numa entrevista à TSF e ao “Diário de Notícias” qualquer hipótese de entendimento com o PS para a Câmara de Lisboa.
7 Março 2021, 10h43

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, explicou as dificuldades do seu partido de compensar a saída da “geração de Abril” com novos militantes com a alteração nas relações de trabalho. “Hoje há muitas empresas onde os trabalhadores nem sequer conhecem a entidade patronal. Hoje as alterações nas leis laborais, visando uma precariedade muito alargada que atinge particularmente a juventude e, naturalmente, também a própria questão do sonho, da utopia, do ideal, da transformação da vida, muitas vezes, não é entendida pelos jovens”, disse o líder comunista numa entrevista à TSF e ao “Diário de Notícias”.

Destacando que “algum afastamento” não impediu o PCP de conseguir recentemente três mil novos militantes, muitos dos quais trabalhadores jovens, Jerónimo de Sousa argumentou que a “permanente mudança” nos vínculos de trabalho “não dá força para a sindicalização”.

Garantindo que os comunistas não pretendem aliar-se com o PS na Câmara de Lisboa para fazer frente à candidatura de centro-direita encabeçada por Carlos Moedas, admitindo mesmo a recandidatura do eurodeputado e candidato presidencial João Ferreira, o secretário-geral do PCP apontou o objetivo de “manter e reforçar” as autarquias geridas pelo partido, além de conquistar outras câmaras municipais além das 24 onde venceu nas eleições de 2017.

Quanto à possibilidade de viabilizar um eventual Orçamento Retificativo, Jerónimo de Sousa apontou como “fuga para a frente ou fuga para o lado” considerar tal hipótese antes de estar concretizado o Orçamento do Estado para 2021 que se encontra em vigor. Mas também apontou várias prioridades no diálogo entre os comunistas e o Executivo de António Costa. “A questão da pandemia deve merecer um esforço prioritário. E depois dar resposta de fundo a problemas de fundo. Eu não sei como é que vão ser aplicados aqueles milhões, ou milhares de milhões, que hão de vir”, disse.

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