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Jerónimo Martins afunda mais de 13% e penaliza PSI-20

A retalhista é mesmo um dos títulos que mais desvaloriza no universo Stoxx 600 na Europa. Com fortes desvalorizações estão ainda as cotadas Altri – a empresa da pasta e do papel afunda 7,31% a meio da sessão desta quinta-feira – e o BCP, que cai 3,72%.
14 Maio 2020, 12h38

A bolsa portuguesa mantém-se, a meio da sessão desta quinta-feira (14 de maio), em terreno negativo, seguindo a tendência das principais praças da Europa. O índice PSI-20 está com uma queda de 3,20%, para 4.946,67 pontos, destacando-se as fortes desvalorizações de três cotadas: a Jerónimo Martins (-13,59%, para 13,57 euros), a Altri (-7,31%, para 3,96 euros) e o BCP (-3,72%, para 0,085 euros), que está em mínimos históricos.

As ações dona da cadeia de supermercados Pingo Doce caem afundam depois de ontem terem sido apresentados os resultados do primeiro trimestre. A retalhista reportou um recuo de 0,4%, para 309 milhões de euros no EBITDA, “refletindo os primeiros efeitos da pandemia ao nível dos custos operacionais”, enquanto os resultados líquidos do grupo caíram 43,8%, para 35 milhões de euros, “fortemente impactados pelas diferenças cambiais decorrentes da aplicação da IFRS16 [norma contabilística]”.

A retalhista reviu em baixa a proposta de pagamento de dividendos relativos a 2019, de 0,207 euros brutos por ação em vez de 0,345 euros, cortou o Capex e removeu o guidance para este ano.

“A retalhista nacional é mesmo um dos títulos que mais desvaloriza no universo Stoxx Europe 600”, sublinhou Ramiro Loureiro, analista de mercados do Millennium investment banking.

Os analistas do Goldman Sachs alertaram que mesmo após o o título ter apresentado um desempenho abaixo do esperado desde o pico do mercado em fevereiro, “o corte nos dividendos, a remoção de todo o guidance e o tom cauteloso poderão causar mais fraqueza”.

A Sonae Capital desliza 0,24%, para 0,42 euros, na sequência de ter divulgado um agravamento dos prejuízos nos primeiros três meses do ano, para 5,4 milhões de euros. Já a EDP –Energias de Portugal, que hoje vai pagar um dividendo de 19 cêntimos brutos por ação – no total de 695 milhões de euros – recua 1,46%, para 3,90 euros.

Nas restantes bolsas do ‘Velho Continente’, reina igualmente o pessimismo. O índice alemão DAX perde 1,73%, o britânico FTSE 100 cai 2,40%, o francês CAC 40 desliza 1,81%, o holandês AEX resvala 1,94%, o espanhol IBEX 35 desce 1,57% e o italiano FTSE MIB recua 2,19%. O Euro Stoxx 50 está a ser marcado por uma desvalorização de 1,82%.

Os analistas do Bankinter lembram que “acordámos hoje com duas notícias que não irão ajudar a evolução dos mercados: 1 – a Maersk afirmou que o comércio global poderá sofrer uma queda recorde em 2020 e que a Covid-19 poderia aumentar o protecionismo e 2 – o regulador americano de commodities alertou sobre a possibilidade de que o petróleo WTI volte a cotar em negativo”, explicam, em research.

Na verdade, por enquanto, o WTI (produzido no Texas) mantém-se a subir (+4,43%, para 26,41 dólares por barril), enquanto a cotação do barril de Brent está a valorizar 4,04% para 30,37 dólares. “A Agência Internacional de Energia afirmou que as perspetivas para os mercados globais de petróleo melhoraram um pouco, com a procura mais forte do que o esperado e a oferta restringida por uma queda abrupta nos preços da matéria-prima”, escreve Ramiro Loureiro, trader do Millennium bcp, numa nota de mercado.

Quanto ao mercado cambial, o euro deprecia 0,26% face ao dólar (1,0788) e a libra esterlina “desvaloriza” 0,29% perante a divisa dos Estados Unidos (1,2193).

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