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Joana Garoupa: “Ser um país pequeno não é desculpa. A ambição pode e deve de ser grande”

Perfil de Joana Garoupa, que responde a um questionário que resulta de uma parceria entre o Jornal Económico e a rede de consultores Bridgewhat.
14 Novembro 2024, 07h30

Consultora especializada em comunicação corporativa e posicionamento de marca, foi eleita a “marketeer do ano” pelo grupo Multipublicações em 2020 e incluída no top 5 do ranking dos melhores marketeers portugueses pela Scopen, em 2022.

Lidera o seu próprio projeto, a Garoupa Inc., muito focado na comunicação de ESG (ambiente, social e governança, na sigla inglesa), com clientes em Portugal e no estrangeiro.

Antes, foi diretora de Comunicação e Marketing da Siemens, diretora-geral da Fundação Galp e COO da Omnicom Media Group.

Licenciada em Comunicação Empresarial, tem uma pós-graduação em Gestão pela Universidade Nova, estudou Sustainable Business Strategy na Harvard Business School, Advance Management in Energy na AESE, e Future, Strategic Design and Innovation no Instituto Superior de Economia e Gestão.

É também autora do “Manual de sobrevivência para o mundo corporativo” publicado em Portugal e no Brasil.

 

Que valor podem os advisors trazer às empresas?

No contexto atual, e com o mundo empresarial mundial tão competitivo, os advisors podem desempenhar um papel fundamental no sucesso de uma empresa, proporcionando não apenas conhecimento e experiência, mas também um set de conexões e insights estratégicos que podem ajudar a impulsionar o crescimento e superar desafios.

Para mim, os cinco pontos chave são:

  1. Experiência e conhecimento específicos: advisors têm experiência em áreas específicas do negócio, como estratégia, finanças, marketing, tecnologia, etc. Podem trazer insights valiosos com base nas suas experiências anteriores e conhecimento profundo do setor.
  2. Networking e conexões: advisors geralmente têm uma extensa rede de contatos no setor empresarial. Essas conexões podem ser vitais para abrir portas, identificar oportunidades de parceria, encontrar potenciais clientes ou investidores, e até mesmo recrutar talentos-chave para a empresa.
  3. Mentoria e aconselhamento: como mentores, os advisors podem oferecer orientação prática e estratégica para os líderes da empresa. Podem ajudar a evitar armadilhas comuns, oferecer feedback construtivo e desafiar o pensamento estratégico para impulsionar o crescimento e a inovação.
  4. Credibilidade e validação: ter advisors reconhecidos pode ajudar a aumentar a credibilidade da empresa. Pode ser especialmente útil em fases de captação de investimento, parcerias estratégicas ou na prospeção de novos clientes.
  5. Perspetiva externa e imparcial: advisors trazem uma perspetiva externa e imparcial, ajudando a evitar o típico “pensamento de grupo” e ajuda a promover a inovação através de novas ideias e abordagens.

O que destaca na sua experiência e conhecimento que pode contribuir para o desenvolvimento das empresas?

Destaco o todo o meu percurso corporativo, em particular a experiência adquirida em contexto de multinacionais, em setores intimamente ligados ao tema da Sustentabilidade (energia, tecnologia….). De facto, nos últimos anos, a sustentabilidade e os critérios ESG (Environmental, Social, and Governance) emergiram como pilares fundamentais para o sucesso. Longe de serem apenas conceitos de marketing ou uma moda passageira, a incorporação dessas práticas nas operações empresariais não é mais opcional, mas uma necessidade estratégica. O conhecimento e a experiência nesses campos podem capacitar as empresas a reduzir custos, inovar, mitigar riscos e construir uma reputação sólida, tudo isso enquanto contribuem para um mundo mais sustentável.

Como vê o projeto da Bridgewhat?

Um projeto focado no crescimento das empresas, só pode ser de relevar. Na génese, junta as várias vertentes essenciais (as alavancas) de desenvolvimento das Empresas e estimula/desafia os empresários as fazer diferente. Junta e agrega as peças certas, do grande puzzle do mundo empresarial.

O tema do advisory é uma mais-valia do programa – infelizmente não é um conceito ainda muito utilizado na Ibéria (ao contrário dos países nórdicos) – permitindo que a experiência e competência cheguem onde, por vezes, não seria expectável.

Que recomendações daria aos empresários e gestores portugueses?

Ser um país pequeno não é desculpa. A ambição pode e deve de ser grande. Fazer diferente é encontrar o caminho.

Importante explorar oportunidades além das fronteiras portuguesas. Participar em feiras internacionais, buscar parcerias no exterior e expandir para novos mercados podem diversificar os negócios e reduzir a dependência do mercado interno.  Construir boas marcas e integrar práticas sustentáveis pode resultar em economias operacionais e atrair consumidores que valorizam empresas conscientes. E esteja sempre atento às mudanças no mercado, comportamento do consumidor e movimentos dos concorrentes. A análise constante permitirá ajustes rápidos e estratégias mais eficazes. Genericamente, acho importante o alinhamento com as tendências digitais. Isso inclui presença online robusta, e-commerce se aplicável, e uso eficaz de tecnologias digitais para melhorar a eficiência operacional.

 

 

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