O presidente do Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, referiu-se esta quarta-feira à economia portuguesa como um “charco de águas paradas” que precisa de ser “oxigenado” com soluções políticas novas que contribuam para o seu crescimento. O líder dos liberais entende que os partidos não devem estar focados apenas em dar resposta a epifenómenos e devem contribuir para um país “menos estatista” e com menos “pessoas dependentes”.
As águas estagnadas deste charco precisam de uma pedrada, mas precisam sobretudo de oxigénio. O oxigénio na vida política e na vida do país é o quê? É novidade. Temos de ser diferentes, desde logo nas ideias, e não podemos deixar que temas como o ambiente, a vida dos jovens e as desigualdades sejam exclusivos da esquerda”, afirmou João Cotrim Figueiredo, no segundo dia da convenção do Movimento da Europa e da Liberdade (MEL), que está a decorrer na Culturgest, em Lisboa.
Num painel sobre as novas alternativas políticas ao espaço da extrema-esquerda e do socialismo radical, João Cotrim Figueiredo disse que há vários sinais de que são urgentes mudanças políticas no país e explica que há 25 anos que a economia de Portugal não é “nada que se veja”. Além disso, o líder do Iniciativa Liberal afirmou que os países que entraram depois de Portugal na União Europeia (UE) estão “a passar como se fossem de mota” e daqui a cinco anos Portugal estará “aflito para disputar o último lugar neste pelotão”.
João Cotrim Figueiredo defendeu que as políticas adotadas nos últimos anos conduziram ao país a uma estagnação política, económica, social e a uma estagnação do ânimo. “Vejo um país triste, ansioso, recordista do consumo de ansióliticos e vejo um país sem esperança e sem alegria, mesmo para discutir assuntos sérios não vejo alegria, nem vontade de mudar e arriscar. Isto também se alastrou”, disse.
“Andamos há vinte anos no espaço não socialista a tentar combater epifenómenos sem explicar às pessoas qual é a visão de país em que viveriam se as ideias socialistas não tivessem vingado. A culpa é nossa. Se quisermos um resultado diferente dos vinte anos que nos trouxeram até aqui é bom que façamos algo diferente”, apontou.
O líder do Iniciativa Liberal mostrou-se disponível para encontrar consensos entre os partidos da direita, mas assume que não é “um particular adepto” de coligações pré-eleitorais. Disse ainda que todas as ideias que contribuam para um país “menos estatista” e para uma diminuição da dependência financeira “crónica” dos portugueses são bem-vindas, mas nem todas terão o impacto esperado.
João Cotrim Figueiredo afirmou que o líder do Chega, André Ventura, está a dar “uma pedrada” no sistema político nacional, ao enveredar pela via “do pragmatismo e de falar diretamente com os desvalidos”, mas “não está a mudar nada de radical no país”. “Isso não basta. É preciso encontrar formas de oxigenar esta área e encontrar formas de dar alguma respirabilidade a este charco”, sublinhou.
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