A Sonangol vai manter-se na Galp, referiu o presidente de Angola, João Lourenço, na entrevista dada em Luanda à RTP na véspera do início da visita oficial a Angola do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa. Depois da petrolífera estatal angolana Sonangol ter realizado a sua assembleia geral, na sequência da qual foram divulgadas informações sobre a relação da empresária Isabel dos Santos dentro da Unitel – com a Sonangol a acusar Isabel dos Santos de conduta ilegal na Unitel – o futuro das participações da Sonangol em várias empresas pode ser agora reequacionado, deixando em aberto o futuro dos investimentos da Sonangol nas empresas portuguesas, onde a filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos também é acionista de referência. Na mesma entrevista à RTP, o presidente João Lourenço admitiu – mas sem manifestar convicção explícita – que a Sonangol poderá continuar a ser acionista do Millennium bcp.
Além da Galp e do Millennium BCP há várias empresas portuguesas de grande dimensão que são participadas por acionistas angolanos, a título individual, agrupados ou associados à petrolífera estatal Sonangol. A situação das empresas detidas pela empresária Isabel dos Santos é a mais delicada politicamente, porque ainda não se tornou claro o rumo político que Angola pode querer dar às empresas detidas por filhos e familiares do ex-presidente José Eduardo dos Santos.
Tornou-se evidente o aumento de tensão que existe em Luanda sobre a situação dos bens e das empresas de Isabel dos Santos. Os comentários negativos sobre a fortuna da empresária angolana continuam presentes nos fóruns de debate social, na internet, nos blogs e na imprensa em geral, incluindo os jornais portugueses. Um dos exemplos mais referidos quando é abordada a fortuna de Isabel dos Santos, é o dos seus iates, sobretudo o mais recente, o Hayken, que terá custado cerca de 29 milhões de euros.
Entre as empresas de Isabel dos Santos em Portugal estão a operadora de telecomunicações e de televisão por cabo NOS e a Efacec, e as participações na Galp e no BIC Portugal.
O presidente João Lourenço vai manter o combate à corrupção em Angola, aumentar o nível de transparência e confiança nos negócios, e promover a atração de investimentos estrangeiros. Na entrevista à RTP reconheceu que Angola tem vindo a reduzir gradualmente a dívida às empresas portuguesas, admitindo que proximamente serão concretizados novos pagamentos. Para João Lourenço “a dívida é para ser paga”.
A questão da dívida – cujos montantes oscilam entre 300 e 500 milhões de euros, segundo diferentes fontes – está a ser acompanhada por equipas técnicas e ministeriais. “O importante é que toda a dívida é para ser paga, desde que o devedor reconheça que deve e Angola reconhece que deve”, referiu o presidente João Lourenço na entrevista à RTP.
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