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João Zúquete da Silva diz que reestruturação da Altice foi decisão “difícil mas necessária” (com áudio)

A reestruturação da Altice Portugal, que levou à saída de 204 colaboradores, foi uma “decisão díficil mas necessária”, devido a uma “urgente necessidade de transformação”, refere o administrador João Zúquete da Silva num email enviado aos colaboradores da empresa, a que o Jornal Económico teve acesso. Do total de pessoas abrangidas pela reestruturação, 172 aceitaram as propostas de rescisão e as restantes 32 serão alvo de despedimento coletivo.
13 Agosto 2021, 09h30

Tal como o Jornal Económico avança na edição desta semana, que está hoje nas bancas, dos 246 trabalhadores inicialmente abrangidos pelo despedimento coletivo no grupo Altice Portugal, 42 ficaram de fora do processo por razões sociais e outros 172 aceitaram as propostas de rescisão avançadas pela dona do MEO. Os restantes 32 colaboradores não aceitaram as condições propostas pela empresa e serão alvo de despedimento coletivo.

“Como é do vosso conhecimento, depois da segunda edição do Programa Pessoa tivemos de recorrer a um processo de rescisões unilaterais. Uma decisão difícil, mas que se afigurou como necessária devido à urgente necessidade de reestruturação, assente em critérios de natureza tecnológica, de algumas das áreas da empresa. Isto aconteceu enquanto a empresa desenvolve a sua atividade num ambiente adverso no setor das comunicações. Paralelamente a estes processos, a empresa manteve em aberto opções para acordo com quem assim entendesse”, defende o Chief Corporate Officer (CCO) da Altice Portugal, no referido email.

“Chegados a esta fase final e após um árduo trabalho da direção de Recursos Humanos, chegamos a acordo, com base numa solução negociada, com quase 90% do universo de colaboradores inicialmente abrangido”, frisa Zúquete da Silva, adiantando que “aos demais trabalhadores que deixaram a empresa, no âmbito do Plano Organizacional Integrado, foi possível chegar a acordo com condições excecionais garantindo a continuidade de benefícios sociais mais relevantes, nomeadamente os relativos à proteção da saúde ou os de apoio integral à família”.

A Altice Portugal vai dar continuidade à atual estratégia de “reorganização e de recrutamento de novos perfis mais adaptados à transformação digital que se vive no mercado, nomeadamente através das academias e dos programas de estágios”. Em 2020, a empresa realizou 214 novas contratações, 70 estágios escolares e 125 estágios profissionais, especificou o CCO.

Comissão de Trabalhadores diz que processos judiciais estão a ser preparados

O processo tem sido fortemente contestado pela Comissão de Trabalhadores (CT) da Altice, que já anunciou que deverão avançar vários processos judiciais de funcionários abrangidos pelo despedimento coletivo, com o apoio dos sindicatos.

“Perante a situação existente, os processos para tribunal estão a ser preparados com o apoio e o empenho dos sindicatos da frente sindical e no caso de existirem trabalhadores que interponham providências cautelares, só há cinco dias após a comunicação da empresa para o fazer”, avisou a CT numa nota ontem divulgada.

Os representantes dos trabalhadores têm protestado contra este despedimento, tendo realizado uma greve no dia 21 de julho e já pediram a intervenção do Governo.

Para esta sexta-feira, estão agendados uma concentração e um plenário de trabalhadores da Altice contra o despedimento coletivo, junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.

 

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