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Como é que Portugal se pode tornar um destino de eventos ligados aos e-sports?
20 Julho 2019, 15h00

1. Como é que Portugal se pode tornar um destino de eventos ligados aos e-sports?

2. O que deve ser feito para desenvolver o jogo online no país?

 

António Fuzeta da Ponte, Diretor de Marca e Comunicação da Worten

Maior indústria de entretenimento do mundo

Portugal já começa a ter esse estatuto de destino privilegiado dos e-sports. De facto, tem havido uma crescente aposta em eventos de gaming em Portugal – um dos exemplos mais recentes e relacionados com a nossa marca foi a Worten Game City, a primeira cidade de gaming realizada no nosso país, que, durante três dias (de 30 de maio a 1 de junho), juntou milhares de pessoas de diferentes gerações para assistir a competições de e-sports, experimentar novos jogos e consolas, jogar e divertir-se em família e com amigos.

A Worten tem contribuído para esta crescente aposta no gaming como um tudo, entendido como um universo que toca milhões de pessoas, desde os jogadores profissionais como os amadores, passando pelos jogadores mais casuais e meros curiosos. A Worten está a destacar, no fundo, a vertente mais de entretenimento do mundo do gaming, chegando a diferentes públicos. No ano passado, criámos a primeira arena de gaming a integrar um festival em Portugal, a Arena Worten Game Ring, que recebeu a visita de mais de 30.000 pessoas, durante o Rock in Rio Lisboa, e fomos o principal patrocinador das três últimas edições do Lisboa Games Week, a maior feira de gaming do país, que, na última edição, atingiu os 60 mil visitantes.

Os números demonstram que há interesse por parte dos portugueses e que Portugal oferece boas condições e as infraestruturas necessárias para receber este tipo de eventos. E ainda bem, porque o gaming é, como disse, a maior indústria de entretenimento do Mundo, trazendo retorno e notoriedade para as marcas e posicionando o nosso país no mapa dessa indústria gigantesca.

 

Miguel domingues, Diretor de Comunicação da Betclic em Portugal

Plataforma de apostas espera regulação

Não há uma opinião formal da Betclic relativamente ao gaming, seja sobre o facto de Portugal se tornar um dos destinos de eventos ligados a esta prática, seja sobre o crescimento da indústria. Somos uma plataforma de apostas e a verdade é que ainda não existe regulação sobre o gaming, daí ainda não termos uma opinião fundamentada. No entanto, a Betclic está constantemente a inovar e procura oferecer os melhores serviços e apostas aos seus utilizadores, sendo que em Portugal está presente em todos os mercados que são regulados pelo SRIJ. Assim, caso venha a existir regulamentação sobre o gaming, a Betclic estará disponível para aceitar apostas nesta modalidade. Em 2018 a Betclic atribuiu mais de 380 milhões de euros em prémios, através do vasto lote de jogos e apostas que oferece aos seus utilizadores. Das apostas desportivas ao casino online, são cada vez mais o número de registos na Betclic, e consequentemente, os prémios atribuídos também têm acompanhado esse aumento. O facto de termos frequentemente campanhas que oferecem bónus a premiar os bons resultados dos apostadores são também um fator que contribui para um aumento dos prémios de jogo. No primeiro semestre de 2019 já demos mais de 250 milhões de euros em prémios. Embora tenhamos um número de apostadores que nos deixa satisfeitos, e que tem vindo a crescer ao longo do tempo, a verdade é que por motivos confidencialidade não os podemos revelar.

 

André Gonçalves, Public Relations & Gaming Marketing da Asus

É preciso um trabalho conjunto para portugal ficar mais atrativo

Portugal devido à sua pequena dimensão territorial, inferior poder de compra médio e descentralização geográfica em relação ao resto da Europa, contava tradicionalmente em termos de e-sports com um atraso de um par de anos em relação a países como a França ou Espanha. No entanto essa tendência reverteu-se nos últimos três anos, tendo Portugal nesta área, avançado proporcionalmente mais que os restantes países da Europa. Eventos como o XL – e sports ou a Blast pro series colocaram-nos já no mapa das grandes competições internacionais de CS:GO produzindo eventos ao nível do que de melhor se faz na Europa. E esta evolução já chamou também a atenção da Federação Portuguesa de Futebol que tem feito um investimento significativo nesta área, especialmente focando em FIFA, tanto em termos de exibições como em termos de torneios. Com isto, podemos afirmar que estamos no bom caminho para nos tornarmos numa referência europeia em e-sports à semelhança do que aconteceu com a Polónia. No entanto, os e-sports são uma atividade que é muito menos homogénica do que aparenta ser para quem não é fã ou praticante. Existe um universo de milhares de vídeojogos disponíveis em várias plataformas. Neste universo, apenas alguns têm caracter competitivo e ainda menos têm tração suficiente para justificar a realização de competições. Além disso, as competições de desportos eletrónicos têm por base comunidades ativas de jogadores com ambições e necessidades muito distintas, tal como os desportos tradicionais. Por exemplo, um fã de futebol não tem obrigatoriamente que apreciar uma regata de veleiros. Mas ao contrário dos desportos tradicionais, nos e-sports existe sempre uma empresa que desenvolve o jogo, e esta pode ter um papel mais ou menos ativo na realização de competições dos seus jogos. Tendo isso em consideração, não existe uma fórmula ou diretiva “mágica” que permita tornar Portugal mais atrativo para a globalidade dos e-sports. Mas, acima de tudo, é um trabalho conjunto e continuado de diferentes entidades que detêm interesse na realização deste tipo de competições. Um trabalho simbiótico de comunidades de fãs, jogadores, empresas que desenvolvem jogos, empresas que desenvolvem hardware de, ou para, jogar e até mesmo empresas não nativas dos vídeos jogos que reconhecem nestas comunidades o seu público-alvo e procuram por associação promover os seus produtos.

 

João Lopes , PR Manager da PlayStation Portugal

A indústria evoluiu no sentido de criar uma oferta diferenciada

Os videojogos estão sem dúvida na moda. O sucesso desta indústria em Portugal acompanha o crescimento que se tem verificado a nível mundial. Vivemos numa era em que os videojogos são vistos cada vez mais como experiências de entretenimento altamente imersivas, em que um jogador de qualquer idade, género ou estrato social, pode viver e participar em diferentes e emocionantes histórias.

Atualmente o desenvolvimento de videojogos rivaliza com as grandes produções do cinema, e cada vez mais se observam atores, realizadores e argumentistas de renome a colaborarem nas grandes produções da indústria do gaming. Isto contribui para que sejam cada vez mais as pessoas que elegem os videojogos como a sua forma de entretenimento de eleição. A indústria evoluiu precisamente no sentido de criar uma oferta tão diferenciada que permite fazer chegar esta forma de entretenimento a públicos muito distintos.

Para a PlayStation, Portugal é e sempre foi um mercado muito importante e com grande potencial de crescimento. Por isso apostamos em inovar em tudo o que fazemos, seja numa ótima comercial ou de comunicação, seja com iniciativas institucionais. Investimos na dobragem e legendagem dos nossos exclusivos para português, promovemos a presença de estúdios internacionais nos nossos eventos de lançamentos junto da imprensa especializada e dos nossos fãs, e trabalhamos no sentido de garantir que todas as novidades de hardware e software da PlayStation cheguem ao nosso país em day one. Por outro lado também promovemos o desenvolvimento de videojogos em Portugal através dos Prémios PlayStation Talents, uma iniciativa de apoio a estúdios portugueses que podem ver concretizado o sonho de ter o seu jogo publicado para a PlayStation 4.

 

Pierre Tournier, Diretor de Relações Governamentais da Remote Gambling Association

A tributação tem sido o impedimento mais prejudicial para o jogo onlinhe regulamentado

Estamos convencidos de que o mercado do jogo online em Portugal tem um grande potencial para um crescimento contínuo e sustentado, que já poderia ter sido alcançado se tivesse sido bem regulamentado quando o Governo introduziu o novo regime ao abrigo da Lei do Jogo em 2015. No entanto, os números mais recentes publicados pelo regulador (SRIJ) mostram claramente um crescimento lento do mercado, especialmente no segmento das apostas desportivas online, e é provável que se mantenha assim nos próximos anos. Embora vários fatores possam explicar este cenário, existe consenso entre a indústria de que a tributação tem sido o impedimento mais prejudicial para o sucesso do mercado de jogo online regulamentado em Portugal. A tributação sobre apostas desportivas online é discriminatória, mas também proibitiva ou mesmo punitiva. Ao estabelecer um imposto baseado no volume de negócios para apostas desportivas e um imposto baseado na receita bruta de jogos para todos os outros produtos de jogo online, o Governo português optou conscientemente por um mercado não competitivo de apostas desportivas online. Ao fazê-lo, não conseguiu atingir os objetivos mais importantes estabelecidos na Lei do Jogo, nomeadamente a proteção dos consumidores e a luta contra o mercado não regulado. De acordo com um estudo pedido pela RGA há dois anos, mais de 60% dos jogadores online portugueses continuam a apostar em sites não licenciados. Com base nos números mais recentes do SRIJ, não há razão para acreditar que a situação tenha mudado desde então. Se o Governo decidisse taxar todas os operadores de apostas desportivas online com base na receita bruta, iria ajudar, sem dúvida, a resolver a principal preocupação da indústria de apostas online em Portugal. A RGA teve a oportunidade de partilhar esta visão, em diversas ocasiões, com o regulador, o Ministério da Economia e o Parlamento.

 

João Epifânio, Chief Sales Officer da Altice Portugal para Consumo

Os e-sports são o único desporto com margem de progressão acentuada

Os e-sports são assumidamente um fenómeno em expansão mundial, sendo considerados como o único desporto com margem de progressão acentuada. A Altice Portugal, através do Moche, marca para o segmento jovem, identificou o gaming e os e-sports como uma tendência em franco crescimento global e nacional, tendo vindo a desenhar uma estratégia para abordar este fenómeno. Face a esta estratégia, o Moche é hoje reconhecido como a marca de telecomunicações que mais tem contribuído para o crescimento deste fenómeno em Portugal. Esta abordagem foi muito bem recebida junto do target e da comunidade gamer em geral, tornando o Moche, hoje, já um símbolo de qualidade junto da comunidade relativamente às competições que têm a marca como patrocinadora. Nesse sentido, é naming sponsor do Moche XL Esports apresentado pela Huawei, o primeiro evento internacional de desportos eletrónicos a realizar-se em Portugal. As duas edições do evento representaram um enorme sucesso, tendo a Altice Arena recebido os cerca de 40 mil visitantes que vibraram com toda a ação dos vários torneios realizados e de todas as equipas, nacionais e internacionais, presentes. Paralelamente, as condições oferecidas aos participantes são uma das mais-valias deste evento. A Altice Arena dispõe de infraestruturas tecnológicas state-of-the-art, nomeadamente a sua cobertura Wi-Fi de alta densidade, que permite muitas dezenas de milhares de acessos em simultâneo, como tem vindo a ser comprovado com a realização de grandes eventos, nomeadamente o Web Summit e a primeira edição do Moche XL Esports. Todo o recinto encontra-se equipado com soluções de conectividade fixa e móvel de última geração, que assegurarão a adequação ao nível de exigência e à dimensão internacional do evento, para o qual se prevê a presença simultânea de várias dezenas de milhares de dispositivos em simultâneo. O compromisso com o país, através do investimento, desenvolvimento e aposta em novas soluções tecnológicas, também é visível com o anúncio da nova edição em 2020 e que será realizado em dois locais: Altice Arena e Altice Fórum Braga.

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