“Explorar” é um verbo que se cola à pele e obra de Jorge Barradas, pintor português, nascido em Lisboa em 1894. Os primeiros trabalhos de Jorge Nicholson Moore Barradas foram incursões no campo da caricatura e da ilustração, tendo recolhido da crítica da época os maiores elogios. Enquanto ilustrador, colaborou em importantes jornais e revistas, como a “Ideia Nacional”, “Seara Nova” e “Ilustração Portuguesa”.
“Barradas foi o mais importante artista gráfico dos anos 20, cronista das mudanças sociais e da febre de viver do pós-guerra”, como sublinha o MNAC no seu site.
Uma centena de obras, oriundas de coleções institucionais e particulares, sobretudo da Fundação Calouste Gulbenkian e do Museu Nacional do Azulejo, compõem a exposição “Jorge Barradas no jardim da Europa”, com curadoria do investigador e historiador de arte Carlos Silveira. Aquela que é a maior mostra realizada até hoje, segundo o MNAC-MC, atravessa seis décadas da carreira do artista, considerado uma referência da corrente modernista.
A exposição desenvolve-se ao longo de quatro salas, que acolhem desenhos, ilustrações com sátira e humor, numa fase inicial próxima da estética art déco; pintura na segunda sala e por fim painéis de azulejos, em diálogo com peças de cerâmica decorativa. A mostra “Jorge Barradas no jardim da Europa”, está organizada cronologicamente, traçando um percurso que permite aos visitantes (re)descobrir o artista nas diversas fases do seu trabalho.
Jorge Barradas estabeleceu a ligação entre a inspiração naturalista e a tendência fauve em representações da cidade de Lisboa e dos seus habitantes. Já na obra pictórica, executada sobre suportes de grande formato, a linearidade e simplificação dos corpos humanos convive com jogos de contraste de cor e luz, caraterísticos do Fauvismo. Em meados dos anos 40, estende a sua atividade artística à cerâmica, produzindo peças de cariz decorativo e afirmando-se como renovador da cerâmica artística. Ainda nessa década, contribui para a decoração do café “A Brasileira” e do “Bristol Clube” em Lisboa.
Na pintura empreendeu projetos inéditos, como a viagem à ilha de São Tomé em 1930 – tendo a exposição alguns exemplares dessas telas, representando naturezas insulares, vibrantes nas suas pinceladas com um certo exotismo equatorial – e reinterpretou movimentos vanguardistas como o surrealismo e a abstração gestual. A sua obra testemunha a renovação das práticas artísticas em Portugal na primeira metade do século XX.
A exposição “Jorge Barradas no jardim da Europa” está patente até 27 de agosto, e resulta do protocolo existente entre o MNAC, o Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/NOVA e a Fundação Millennium BCP.
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