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Jorge Domingues, CEO do grupo IBG: “sucesso é coragem, atrevimento e empreendedorismo”

Oriundo do setor da construção, o grupo nasceu em plena crise mas cresceu de forma muito rápida, para ganhar um músculo notável em termos de faturação. Com a internacionalização a responder pelo sucesso.
12 Fevereiro 2025, 18h25

O IBG é uma holding multinacional que atua em setores de negócios complementares. Gerencia um amplo portfólio de empresas, criando valor nos diferentes mercados onde estamos presentes. Da transformação de produtos a soluções turnkey, agrega diversos negócios e marcas nos setores de construção, revestimentos, promoção imobiliária, indústria e serviços. Jorge Domingues, CEO da empresa, explicou que o grupo “não nasce de assentar tijolos”: “é muito mais que isso. O grupo começou na área dos revestimentos, é aí que nasce o grupo, e foi a partir daí que nasce a empresa”.

Os revestimentos são ainda a principal atividade, mas o grupo divide-se em várias atividades, “atuando em quatro países”, tendo criado “algumas indústrias” que funcional a montante da construção. Nascido em finais de 2012, “em plena crise”, colocou-se a dúvida sobre o futuro imediato, face ao contexto. Nesse quadro, a internacionalização afigurou-se como a saída mais clara.

“Depois disso, o investimento foi contínuo”, partindo dos sete milhões de volume de negócios em 2013. Atualmente, pasme-se, são quase 200 milhões de euros: 50% em mercados internacionais – Europa e África, com uma incursão na América do Sul, “mas percebemos que ainda não estávamos preparados”. Têm atualmente dois mil trabalhadores diretos em dez países.

Em tempo de crise, o sucesso explica-se “pela coragem pelo atrevimento e pelo empreendedorismo. A fórmula é simples: não há uma fórmula. É um grupo que acolhe bem, que faz crescer as pessoas”, o que acaba, por via da formação, por ser um dos segredos. “Internacionalização e diversificação (energias, telecomunicações, parcerias na área dos seguros”, são o outro lado do sucesso, que explica o investimento acelerado.

A hotelaria é outro setor que surgiu recentemente: “o grupo inaugurou em setembro um hotel – é algo de diferente, que a região (do Minho) se orgulha”. Um novo investimento na mesma área, desta vez em Angola (o Mélia Luanda) já está na calha, disse Jorge Domingues. “Aproveitámos a crise, mas uma crise é também uma oportunidade”.

Para o CEO do grupo, a área de formação é critica e é também um problema: “estamos em pleno emprego, o que quer dizer que há uma pressão sobre as empresas. Claro que temos falta de mão-de-obra: temos 30 processos de recrutamento em aberto. A mão-de-obra é uma dificuldade.

Outra dificuldade é a burocracia, disse o CEO do grupo: “duas das empresas do grupo fazem parte de um consórcio que participa nas Agendas Mobilizadoras do PRR. Fizemos um investimento, concluímos o projeto, mas porque há uma pequena alteração, o licenciamento ficou bloqueado há meses”. A partir daí, a pressão aumenta e o plano encalha. “Temos todos os equipamentos operacionais, pergunta-se, a fábrica está a funcionar ou não? Não vou responder”.

Com operações em 15 países – para além dos dez em que estão mais presencialmente, há dificuldades em outras geografias. “A nível europeu, os processos são todos muito mais ágeis”, refere Jorge Rodrigues. E explicou que, por exemplo em França, qualquer problema tributário é de rápida resolução.

Para o ano em curso, o CEO do grupo afirma que “temos uma taxa média de 30% a 32% ao ano. Este ano não será diferente, até porque não dependemos exclusivamente do mercado nacional. Vamos atingir os objetivos que traçámos, só queremos que nos deixem trabalhar”. “Vivemos numa aldeia global e estamos dependentes de muitos fatores que não podemos controlar”, disse Jorge Rodrigues, para referir a pandemia como um entrave difícil de ultrapassar. De qualquer modo, “dependemos, nos lugares onde que estamos, como França, Luxemburgo e mais recentemente nos países nórdicos”, concluiu Jorge Domingues.

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