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Jornal “Politico” tentou vender conteúdos ao governo português para promover presidência da UE (com áudio)

A Roménia adquiriu conteúdos quando ocupou o lugar no segundo semestre de 2019, a Croácia comprou publicidade no primeiro semestre de 2020 e também a Eslovénia, que agora ocupa o cargo durante o segundo semestre de 2021, adquiriu os serviços.
2 Agosto 2021, 09h23

O jornal “Politico” enviou uma proposta ao Governo português nas últimas semanas de 2020, através dos canais diplomáticos de Bruxelas, para que o Executivo de António Costa tivesse publicidade de conteúdos informativos para “realçar o papel da presidência portuguesa da União Europeia”. O Governo não comprou qualquer serviço ao jornal em questão, denuncia o jornal “Público” esta segunda-feira.

Portugal iniciou a sua presidência do Conselho da União Europeia no passado dia 1 de janeiro, tendo ficado responsável pela mesma até ao dia 30 de junho de 2021, ocupando todo o primeiro semestre e, posteriormente, cedido a vez à Eslovénia.

De acordo com a publicação, apenas três das últimas dez presidências europeias rotativas compraram conteúdos patrocinados ao “Politico” durante o tempo em que estiveram ao poder. A Roménia adquiriu conteúdos quando ocupou o lugar no segundo semestre de 2019, a Croácia comprou publicidade no primeiro semestre de 2020 e também a Eslovénia, que agora ocupa o cargo durante o segundo semestre de 2021, adquiriu os serviços.

O “Público” adianta que foi enviado uma pasta ao Governo de António Costa com o título “Oportunidades de parceria”, onde as 19 páginas são ocupadas por sugestões de conteúdos informativos que Portugal poderia adquirir para promover a sua presidência entre janeiro e junho de 2021. Entre as sugestões estavam artigos multimédia que custam 40 mil euros e anúncios digitais clássicos que custam sete mil euros por dia.

À publicação portuguesa, o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros de Augusto Santos Silva admitiu que “não deu seguimento à iniciativa do jornal ‘Politico’ porque se trataria de uma despesa sem justificação e porque o ministro entende que a cobertura noticiosa dos factos deve fazer-se pelo seu valor próprio, tal como jornalistas independentes o interpretam”.

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