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Jornalistas acreditam que Julian Assange não deveria ser punido, revela estudo

Celebra-se esta sexta-feira o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Segundo um estudo de opinião feito pela empresa alemã Sweet Spot PR, 33% dos repórteres a nível mundial acha mesmo que o WikiLeaks é uma organização noticiosa.
  • Peter Nicholls / Reuters
3 Maio 2019, 08h15

A maioria dos jornalistas a nível mundial (71%) acha que o ativista australiano Julian Assange não deveria ser punido por divulgar informações não filtradas que lhe foram concedidas, de acordo com uma sondagem elaborada pela empresa alemã Sweet Spot PR. O estudo de opinião – feito a 8.000 repórteres de 22 países – concluiu também que mais de metade dos inquiridos (68%) disse que o WikiLeaks deveria ser protegido pela Primeira Emenda enquanto publisher.

Na data em que se assinala o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, este estudo demonstrou ainda que 33% dos jornalistas acha mesmo que o WikiLeaks é uma organização noticiosa. Questionados sobre se os jornalistas e os denunciantes têm o papel de agir como oposição ao governo, 37,86% garantiu que “concorda” e 45,63% “concorda plenamente”. Só 1,94% discordou da ideia.

O WikiLeaks é uma organização noticiosa?

“Com o objetivo de entender este assunto complexo e polarizador, quisemos procurar opiniões daqueles que são muito afetados pelo seu desfecho – os jornalistas. Para descobrir como veem este caso e suas possíveis implicações, enviámos um questionário para diversos repórteres de todo o mundo. Incluímos algumas perguntas que podem ser provocativas, mas acreditamos que são relevantes para chegar ao cerne desta questão”, argumentou a empresa de relações públicas com sede em Berlim.

À pergunta “Se Assange divulgasse dados confidenciais que revelassem violações dos direitos humanos e crimes de guerra de um país rival, os Estados Unidos conceder-lhe-iam asilo mediante pedido. Tendo o caso [Edward Joseph] Snowden em mente, concorda ou discorda?”, 31,07% dos participantes no questionário admitiram que “concordam” e 10,68% referiram que “discordam”.

Deveria Julian Assange ser punido por publicar dados não filtrados que lhe foram dados por um whistleblower?

Para descrever o programador e pirata informático, os jornalistas escolheram palavras como: corajoso, enganador, complicado, enigma, disruptivo, ativista, diferente, conflituoso, editor, empreendedor, assustador, determinado, fantoche, fundador do WikiLeaks, génio, idealista, provocador, hacker, rebelde, oportunista, sexista, criminoso, lutador pela liberdade, desagradável, revolucionário, narcisista, informador, suspeito e misterioso.

Esta quinta-feira Julian Paul Assange foi julgado na cidade de Londres por alegada conspiração e divulgação de informações confidenciais. O jornalista e informático terá dito em tribunal que não queria ser extraditado para os Estados Unidos da América. As declarações surgem nove anos depois de ter sido apontado como o principal responsável pelo maior ‘leak’ na história militar norte-americana, ao tornar públicos mais de 400 mil documentos sobre a diplomacia do país, nomeadamente sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque.

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