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José Manuel Fernandes foi o eurodeputado português mais influente

De acordo com a organização internacional Votewatch, o social-democrata, coordenador do Partido Popular Europeu, foi o deputado português mais influente, ao somar 43 pontos.
11 Maio 2019, 13h56

José Manuel Fernandes, do PSD, foi o eurodeputado português mais influente nesta legislatura do Parlamento Europeu (PE), integrando, inclusivamente, o ‘top 50’ do hemiciclo, enquanto José Inácio Faria encerra o ‘ranking’ dos 21 representantes nacionais.

De acordo com os dados recolhidos pela organização independente Votewatch para um consórcio de meios de comunicação social portugueses constituído por Lusa, “Público”, “Expresso”, Antena 1, RTP, SIC e TVI, o social-democrata, que é coordenador do Partido Popular Europeu, o maior do PE, na Comissão dos Orçamentos, tendo responsabilidades na negociação do próximo orçamento comunitário, foi o deputado português mais influente, ao somar 43 pontos (21 pela atividade legislativa, 15 pelas posições de liderança e 7 pelo ‘network’).

“Tive aqui um trabalho brutal como coordenador da Comissão dos Orçamentos, onde estive em todas as negociações de todos os orçamentos. Tive um dossier que nunca na vida me vou esquecer, que foi o Plano Juncker e que foi fundamental para a União Europeia e muito importante para Portugal”, recordou o único eurodeputado português entre os 50 mais influentes da assembleia europeia.

Em declarações ao consórcio de correspondentes em Bruxelas, à margem da sessão plenária de abril, José Manuel Fernandes estimou que, durante a legislatura, teve um papel importante para o seu país, “desde logo na negociação dos fundos e no evitar que haja cortes para Portugal” no próximo orçamento comunitário

A completar o pódio dos mais influentes, segundo a Votewatch, estão os socialistas Carlos Zorrinho, segundo, e Ricardo Serrão Santos, terceiro. Enquanto o chefe da delegação do PS nesta legislatura — e sétimo na lista às eleições europeias de 26 de maio — alcançou 34 pontos (12 pela atividade legislativa, 10 pelos cargos e 12 pelo ‘network’), o açoriano, de saída do PE, somou 32 (12 no primeiro parâmetro, 10 nos restantes).

Em destaque no ‘ranking’, ‘empatados’ com 30 pontos, estão também aqueles que foram os cabeças de lista do Partido Socialista e do Partido Social-Democrata nas eleições europeias de 2014, respetivamente Francisco Assis e Paulo Rangel, o eurodeputado português com a nota mais alta (21) no parâmetro das posições de liderança e uma das mais baixas na atividade legislativa (1).

De acordo com a Votewatch, no espetro oposto está José Inácio Faria, o eurodeputado português com menor influência no PE.

“Estou sozinho aqui. E depois não tenho todo o apoio que é necessário, que os partidos têm até aqui no próprio Parlamento Europeu, e que outros têm e eu não tenho. E portanto é muito difícil. […] Mesmo assim, com todas estas dificuldades, eu acho que o meu mandato salda-se com uma nota positiva, bastante positiva”, disse ao consórcio, no decurso da sessão plenária de abril.

O representante do Movimento Partido da Terra fica-se pelos 10 pontos (5 tanto para a atividade legislativa como para a sua ‘rede’), sendo ‘escoltado’ no fundo da tabela pela socialista Liliana Rodrigues, com 11,50 pontos (0,5 pela atividade legislativa e 11 pelo ‘network’) e por João Pimenta Lopes, o comunista, que entrou a meio do mandato, que recolheu 11,75 – 3 pontos pela atividade legislativa, 6,75 pelas posições de liderança e 2 no último parâmetro.

Cada eurodeputado foi classificado segundo um algoritmo desenvolvido pela VoteWatch que atribui uma pontuação diferente consoante a comissão em que o deputado trabalhe, o facto de ser relator principal ou sombra, o peso do relatório, o número de mandatos na assembleia europeia ou ainda as ‘vitórias’ que alcançou ao longo da legislatura.

“Esta não é uma avaliação dos melhores e dos piores, uma distinção entre o bom e o mau. Influência é um termo neutro neste contexto, indicativo do nível de poder que cada eurodeputado tem para cumprir os seus objetivos em determinado momento”, vincam os autores do estudo realizado para o consórcio de meios de comunicação social portugueses constituído por Lusa, Público, Expresso, Antena 1, RTP, SIC e TVI.

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