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José Sócrates nega ter mestrado na Sorbonne

O ex-primeiro ministro reagiu ao final da tarde deste sábado à manchete do semanário “Expresso”: “Julgo, portanto, difícil tirarem-me o que nunca tive”.
16 Fevereiro 2019, 20h47

O antigo primeiro ministro José Sócrates negou este sábado ter um mestrado na Universidade Sorbonne, depois de o semanário “Expresso” ter avançado que a faculdade francesa estaria a ponderar anular-lhe o diploma. “Nunca obtive qualquer mestrado na Sorbonne. Julgo, portanto, difícil tirarem-me o que nunca tive. O meu mestrado foi obtido em Sciences Po [Instituto de Estudos Políticos de Paris]”, garantiu o ex-governante português, em comunicado.

Segundo o jornal do grupo Impresa, o diretor da Universidade de Sorbonne, Jérôme Guilbert, admite a hipótese de anular o mestrado do ex-governante por fraude e por considerar que a acusação no âmbito da Operação Marquês o justifica. Deste processo, constam emails trocados entre José Sócrates e o professor da Faculdade de Direito de Lisboa Domingos Farinha. Segundo o Ministério Público, o docente terá recebido 40 mil euros pela colaboração, através de uma empresa de Rui Mão de Ferro, sócio de Carlos Santos Silva.

“Reafirmo pela enésima vez: o Dr. Domingos Farinha não escreveu nenhuma parte original da minha tese de mestrado. Esta ‘especial’ ajuda de revisão, formatação e aparato técnico do texto, foi em tudo, semelhante às sugestões de dezenas da amigos a quem dei a ler o meu trabalho e a quem pedi opinião crítica”, garante o ex-secretário-geral do PS, numa nota enviada ao final desta tarde, pelo advogado João Araújo, a alguns meios de comunicação social.

Além de recusar a intervenção do docente no seu mestrado (à parte as questões de revisão ortográfica) e de criticar o padrão de comportamento do Ministério Publico (“substituir provas por maledicência”), José Sócrates divulga, no mesmo documento, as declarações do próprio Domingos Farinha:

“Tudo o que escrevi na tese do engenheiro Sócrates diz respeito a referências bibliográficas e/ou citações de autores, quer no corpo de texto quer em notas de rodapé, além da normal revisão de texto que me pareceu pouco claro ou que, formalmente, me parecia ficar melhor de outro modo, muitas vezes consistindo em propostas de passar referências do corpo de texto para notas de rodapé ou vice-versa”

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