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Jovens: 29,6% dos desempregados não foi além do 9.º ano de escolaridade

Segundo um estudo do ISCTE, cujas conclusões são avançadas hoje pelo jornal Público, dos 99.319 jovens desempregados registados em 2022, quase um terço não tinha ido além do 9.º ano e 23,7% estava fora do sistema de ensino.
Hugo Correia/Reuters
2 Novembro 2023, 09h17

Os jovens que enfrentam maiores dificuldades no mercado de trabalho estão no grupo dos que não concluíram o ensino obrigatório (12.º ano de escolaridade) e têm, no máximo, o 9.º ano. Esta é a principal conclusão do estudo “Quem são os jovens desempregados? – Diagnóstico e Recomendações” realizado por uma equipa de investigadores do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa para o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), cujas conclusões o jornal Público avança esta manhã, dia em que o estudo vai ser apresentado.

Em concreto, dos 99.319 jovens desempregados registados em 2022, quase um terço (29,6%) não tinha ido além do 9.º ano de escolaridade e 23,7% estava totalmente fora do sistema de ensino.

O estudo teve por base o Inquérito ao Emprego do 2.º trimestre dos anos de 2019 a 2022 e focou-se nos desempregados entre os 15 e os 29 anos.

Segundo explica o Público que cita Paulo Marques, um dos autores do estudo e coordenador do Observatório do Emprego Jovem, “o que pode estar a acontecer é que os jovens com mais qualificações trabalham em empregos que antes eram ocupados pelo menos qualificados, empurrando os pouco qualificados para fora do mercado de trabalho. Por outro lado, os empregos menos qualificados requerem cada vez mais competências, como as digitais ou o domínio de uma língua estrangeira, e os jovens pouco qualificados enfrentam muitas dificuldades em desempenhar essas funções”.

Ainda de acordo com a notícia do Público, outro grupo que enfrenta dificuldades de inserção no mercado de trabalho é o dos 18.353 jovens que concluíram o ensino secundário pela via geral, 13,9% dos quais não prosseguiram estudos nem obtiveram uma formação mais profissionalizante.

O estudo revela ainda que um em cada quatro jovens licenciados em situação de desemprego tem um diploma na área das artes e humanidades e que as áreas das ciências sociais e jornalismo e das ciências empresariais e direito também se destacam pela negativa.

Ainda segundo a análise do Iscte, cujas conclusões o Público revela em primeira mão, em 2022, 16% dos jovens à procura de emprego eram estudantes: 6,5% estudavam no secundário, 6,4% estavam a meio da licenciatura e 3,1% eram faziam mestrado ou doutoramento.

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