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Jovens dos 16 aos 25 anos com piores valores de saúde mental devido à pandemia

Todos os grupos etários apresentam uma recuperação nos níveis de emoções negativas com excepção dos mais jovens, que segundo um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, reportam sentir agitação, ansiedade ou tristeza “quase todos os dias” ou “todos os dias”.
  • Centenas de adolescentes residentes na Madeira afluíram hoje ao Centro de Vacinação do Funchal para serem vacinados contra a covid-19, sendo esta a primeira região começar a inocular a partir dos 12 anos. HOMEM DE GOUVEIA/LUSA
16 Setembro 2021, 17h02

Embora se assista a um aliviar da pandemia e das medidas restritivas, estando cada vez mais próximo do “antigo” normal, a percepção dos jovens e os indicadores de saúde mental continuam abaixo do esperado.

De acordo com os dados divulgados por Carla Nunes, professora da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, de um estudo conduzido pela instituição, 54% do portugueses avalia o seu estado de saúde como “bom” ou “muito bom”, indicando uma estabilização dos indicadores referentes à auto-percepção do estado de saúde.

Ao nível do bem-estar psicológico, verifica-se também uma estabilização desde março, com 17% dos participantes a reportarem sentir emoções negativas – agitação, ansiedade ou tristeza – “quase todos os dias” ou “todos os dias”, um valor semelhante ao encontrado em igual período de 2020.

No entanto, a maior preocupação residente entre o grupo dos mais jovens, entre os 16 e os 25 anos, sendo ser “aquele que sugere uma maior percentagem de emoções negativas”, referiu a especialista durante a reunião de especialistas no Infarmed, esta quinta-feira em Lisboa.

“Entre janeiro e fevereiro de 2020, meses críticos da pandemia em Portugal, observaram-se picos nos níveis de emoções negativas em todos os grupos etários, no entanto, todos os grupos, exceto o dos jovens, têm vindo a regressar aos níveis verificados anteriormente”, adianta o documento divulgado às redações.

A análise à última quinzena mostra que 36,8% dos respondentes entre os 16 e os 25 anos sente emoções negativas “todos os dias” ou “quase todos os dias”, enquanto no grupo dos maiores de 65 anos se verifica uma percentagem bastante inferior (11,6%).

“A etapa do ciclo de vida, associada a transições e início de novos desafios, pode ajudar a explicar este maior impacto no bem-estar psicológico entre os mais jovens. Será importante que os contextos que acolhem os jovens desenvolvam mecanismos de monitorização e intervenção a este nível”, explica.

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