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Jovens são o grupo etário que apresenta a taxa de risco de pobreza mais elevada

A grande maioria destes jovens encontravam-se inseridos num contexto escolar em 2019, altura em que mais de 380 mil alunos do ensino público não superior tiveram apoio socioeconómico e 229 mil tiveram refeições subsidiadas pela ação social escolar.
17 Outubro 2021, 10h00

No dia em que se assinala Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, a Pordata divulga uma atualização dos dados relativos à taxa de pobreza em pobreza em Portugal.

Em 2019, encontrava-se 16,2% da população residente, ou seja, mais de 1,6 milhões de pessoas a viver com rendimentos inferiores ao limiar de risco de pobreza após todas as transferências sociais — reformas, subsídios de desemprego, pensões de doenças e invalidez, rendimento social de inserção (RSI) ou apoios à família — uma taxa que é fortemente representada pelos jovens com menos de 18 anos.

De acordo com os dados da agência, em Portugal, mais de 17,5% da população com 65 ou mais anos vivia numa situação de pobreza em 2019. No entanto, os mais jovens são o grupo etário que apresenta a taxa de risco de pobreza mais elevada depois de transferências sociais: em 2019, 19% dos menores de 18 anos estavam em risco de pobreza, valor que aumentou face a 2018.

A grande maioria destes jovens encontravam-se inseridos num contexto escolar, altura em que 380.435 alunos do ensino público não superior tiveram apoio socioeconómico, e 229.846 tiveram refeições subsidiadas pela ação social escolar.

De acordo com a Pordata, “o número de beneficiários destes apoios tem aumentado progressivamente, sendo o ano de 2019 o ano em que mais estudantes receberam apoio socioeconómico, desde 1981”.

“O caso das refeições subsidiadas, o crescimento, diz a agência, “também é notório, embora o pico de beneficiários se tenha dado em 2012”. Comparado com esse ano, em 2019 serviram-se menos 33.727 refeições subsidiadas, ou seja, uma diminuição de 13%.

Os dados foram divulgados numa altura em que o Governo apresentou o Orçamento do Estado para 2022 que prevê um aumento do abono de família e apoio para jovens em situação de pobreza extrema. O valor do abono de família vai crescer no primeiro e segundo escalões.

“Em 2022 serão garantidos pelo menos 600 euros anuais para crianças até aos seis anos e 492 euros com mais de seis anos”, informou o ministro das Finanças, João Leão. “Todas as crianças independentemente do rendimento da família recebem pelo menos 600 euros por ano, 50 euros por mês, seja através de deduções fiscais, do abono de família ou através de um adicional ao abono de família que perfaz aquele valor”.

Além disso, será ainda criado um novo apoio para crianças e jovens em situação de pobreza extrema, denominado de Garantia para Infância. “Em 2022 assegura-se desde já um apoio de 840 euros, o equivalente a 70 euros por mês”, explicou. O objetivo do Governo é que até 2023 cada criança que se encontre nesta situação receba 1.200 euros por ano, 100 euros por mês.

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