A Polícia Judiciária (PJ) revelou esta sexta-feira, 27 de dezembro, que apreendeu nove das 23 obras de arte “que se encontravam descaminhadas” no âmbito do processo em que João Rendeiro estava condenado pela prática de crimes de branqueamento.
As obras de arte do antigo banqueiro do Banco Privado Português tinham sido vendidas ilegalmente, quando este estava para ser condenado por crimes de branqueamento, tendo a PJ recuperado as obras de arte em Londres.
“Em outubro de 2021, na sequência da fuga de João Rendeiro, e da notícia do descaminho de diversas obras de arte, no âmbito do processo no qual este estava condenado, a Polícia Judiciária encetou diligências tendo em vista a localização e recuperação do produto do crime”, refere a direção nacional da PJ em comunicado.
Estas obras de arte foram encontradas depois da PJ ter enviado “pedidos de cooperação internacional ao Reino Unidos, EUA, França, Espanha, África do Sul, Suíça e Bélgica”.
A PJ relembra que também foram arrestados outros bens que pertenciam de modo direto ou indireto a João Rendeiro e à sua mulher, como um apartamento (1,15 milhões de euros), um veículo de alta cilindrada (50 mil euros), saldos bancários em Portugal e no estrangeiro no valor de 514 mil euros.
No conjunto total, as autoridades portuguesas referem que “já foram arrestados ou apreendidos bens e valores no valor de cerca de 70 milhões de euros”.
Relembre-se que João Rendeiro, ex-presidente do BPP, era acusado de burla qualificada, fraude fiscal falsidade informática e falsificação de documentos, e contava ainda com três mandados de detenção europeus e internacionais. O ex-banqueiro foi encontrado morte em dezembro de 2021 na prisão de Westville, na África do Sul, onde estava detido.
Só no mês de dezembro a PJ recuperou três peças. “Quadro sem título”, de Robert Longo, tinha sido vendida em março de 2021 por um montante de 91,5 mil euros. Foi também encontrado um banco em mármore “Selections from Truisms: A Lot of Professional” da autoria de Jenny Holzer, vendido por 150 mil euros.
A PJ recuperou ainda um banco em mármore preto, intitulado “Nothing Will Stop You”, também da artista Jenny Holzer, que tinha sido vendido por 135 mil euros.
Em setembro a PJ já tinha recuperado e repatriado o quadro “Rzochow” de Frank Stella, que tinha sido vendido ilicitamente em outubro de 2021, por um total de 70 mil euros. Este exemplar estava em Nova Iorque.
Há dois anos, em janeiro de 2022, a PJ conseguiu repatriar o quadro “Piaski”, também do artista plástico Frank Stella, vendido em março do ano anterior, por 110 mil euros. Esta pintura foi encontrada na Bélgica.
Por sua vez, em Portugal tinham sido recuperados quadros como “Seraglio II” de Julião Sarmento, “Dias Quase Tranquilos” de Helena Almeida, “Lag-72” de Frank Nitsche e “Quadro sem título” de Pedro Calapez.
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