Um caso sério de atropelo ao direito à informação ou um claro incidente de delito comum? No caso do australiano Julian Assange, metade do mundo escolhe a primeira hipótese e a outra metade a hipótese alternativa – mas as coisas parecem ser mais complexas que essa escolha mais ou menos simples.
O direito à informação é isso mesmo, um direito, mas a diplomacia tem de contar com o conforto do direito à privacidade – sob pena de não servir para nada e de deixar o mundo à mercê de iniciativas discricionárias e suicidárias.
Feitas as contas aos prós e aos contras, parece pouco provável que o ‘vazamento’ de informação classificada – nomeadamente informação militar e diplomática – abone muito em favor dos cidadãos. É verdade que ficar a saber mais sobre como são geridos os corredores pouco iluminados das relações profundas entre Estados é um exercício excitante para o intelecto – mas talvez valha a pena manter esse exercício no quadro da obra literária de John le Carré ou (preferencialmente) de Graham Greene. Alguém tem dúvidas que as relações militares e diplomáticas entre Estados estão cheias de pecados, entre os veniais, os mortais e os outros que há entre eles? Alguém tem dúvidas sobre o facto de esse conhecimento ser uma rasura grave na segurança interna de uma nação?
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