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Kiev garante estar atento ao conflito entre Wagner e chefias militares russas

“Estamos a observar”, sublinhou o Ministério da Defesa ucraniano através da rede social Twitter. Por sua vez, o chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov, sublinhou que as fações rivais russas começaram “a devorar-se umas às outras por poder e dinheiro”.
Reuters
23 Junho 2023, 11h00

O Exército ucraniano sublinhou hoje que está a observar o conflito entre o líder do grupo paramilitar Wagner e o alto comando militar russo, após Yevgeny Prigozhin ter acusado as forças russas de atacarem os seus combatentes.

“Estamos a observar”, sublinhou o Ministério da Defesa ucraniano através da rede social Twitter.

Por sua vez, o chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov, sublinhou que as fações rivais russas começaram “a devorar-se umas às outras por poder e dinheiro”.

O líder do grupo paramilitar Wagner convocou esta sexta-feira uma revolta contra o alto comando militar da Rússia.

“Somos 25.000 e vamos determinar por que é que reina o caos no país (…) As nossas reservas estratégicas são todo o exército e todo o país”, frisou Yevgeny Prigozhin numa mensagem de áudio, instando “quem se quiser juntar” para “acabar com a confusão”.

No entanto, Prigozhin defendeu-se de qualquer “golpe militar”, alegando estar a liderar uma “marcha por justiça”.

A presidência russa (Kremlin) divulgou que o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, está a ser informado sobre o conflito entre o Exército russo e o grupo Wagner.

Entretanto, os serviços secretos russos (FBS) abriram uma investigação ao líder do grupo paramilitar Wagner por “convocação de um motim armado”.

Mais tarde o FSB exortou os mercenários do grupo Wagner “a não cometerem um erro irreparável” e a não cumprirem as ordens de Yevgeny Prigozhin.

“Pedimos aos combatentes do exército privado que não cometam um erro irreparável, cessem qualquer ação armada contra o povo russo, não cumpram as ordens criminosas e traiçoeiras de Prigozhin, tomem medidas para a sua prisão”, frisou o FSB em comunicado, citado pela agência Interfax.

Prigozhin tinha acusado antes o Exército russo de realizar ataques a acampamentos dos seus mercenários, causando “um número muito grande de vítimas”, acusações negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia.

Numa outra reação, o líder do Wagner afirmou que as chefias do grupo decidiram que era preciso parar aqueles que têm “responsabilidade militar pelo país”.

“Aqueles que resistirem a isso serão considerados uma ameaça e destruídos imediatamente”, acrescentou Prigojine, prometendo “responder” aos alegados ataques.

Estas fortes acusações de Prigozhin expõem as profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.

O líder do grupo Wagner tinha referido antes que o Exército russo está a recuar em vários setores do sul e leste da Ucrânia, Kherson e Zaporijia, respetivamente, contradizendo as afirmações de Moscovo de que a contraofensiva de Kiev era um fracasso.

Prigozhin disse que o mesmo está a acontecer em Bakhmut, onde as forças ucranianas estão a penetrar nas defesas russas.

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