[weglot_switcher]

Kim Jong-un esteve mesmo em Pequim e já prepara encontro com Trump

Kim reforça compromisso da Coreia do Norte com a desnuclearização. A China valorizou os esforços feitos pela península e defendeu a necessidade de atitudes construtivas.
28 Março 2018, 15h45

Depois de uma visita envolta num enorme sigilo, a China e a Coreia do Norte confirmaram que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou Pequim e chegou mesmo a reunir com o presidente chinês Xi Jinping.

Kim disse que a Coreia do Norte está comprometida com a desnuclearização da península e reiterou que o regime quer dialogar com os Estados Unidos. Para isso, acrescentou que “deve criar uma atmosfera de paz e estabilidade ao tomar medidas progressivas e sincronizadas para a obtenção da paz”.

Xi salientou a valorização de Pequim para os importantes esforços realizados pela Coreia do Norte nos últimos meses e reforçou que a China vai ter uma atitude “construtiva” e trabalhará em conjunto com todas as partes envolvidas. Pediu ainda apoio para a melhoria da relação entre as duas Coreias.

“Um melhor relacionamento com a China dá mais confiança a Kim, por se certificar que mesmo que a relação com os EUA fracasse, Trump não vai aumentar as sanções ou participar em opções militares sem o apoio chinês”, disse o especialista na Coreia do Norte, Zhao Tong.

A Coreia do Norte acredita que já atingiu uma capacidade nuclear dissuasiva, e que sua prioridade deve ser a manutenção de uma relação positiva e estável com as potências regionais, especialmente China e os EUA.

China e Coreia do Norte são aliados históricos desde a guerra das Coreias (1950-1953), quando Pequim apoiou o regime norte-coreano e foi vital para a sua sobrevivência. Entretanto, os laços entre os dois regimes comunistas haviam sido paralisados nos últimos anos.

O apoio da China às sanções impostas pela ONU contra a Coreia do Norte (pelos testes nucleares e de mísseis) foi vital para o sucesso destas pressões. Cerca de 90% das transacções comerciais do regime de Kim estavam concentradas em seu vizinho chinês, o que exacerbou as tensões entre os dois aliados.

A visita de Kim parece ter quebrado o gelo, o que Zhao indica que também pode ter sido causado pelo “crescente medo da China de ser esquecida nas negociações diretas entre o Norte e o Sul e, especialmente, entre Washington e Pyongyang”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.