A plataforma KuantoKusta está a crescer e 2024 “foi o ano de afirmação”. Quem o diz é André Duarte, diretor comercial do KuantoKusta, em entrevista ao Jornal Económico onde faz o balanço do ano que passou, bem como de eventos como Black Friday e Natal.
E foi, efetivamente, este período que brilhou num ano ímpar e se mostraram fulcrais. “Conseguimos atingir o recorde e transacionámos em 24 horas, se juntarmos a Cyber Monday em 48 horas, quase 2,2 milhões de euros. Nem nas nossas melhores ambições tínhamos pensado nisso e trabalhamos nesse sentido, mas conhecemos o mercado nacional e a nossa concorrência”, assume o diretor comercial.
A celebrar 20 anos de existência este ano e com o marketplace no ar desde 2018, André Duarte revela que só no ano de 2023 se assistiu a um crescimento de três dígitos no marketplace, embora a fase anterior também tivesse sido má por conta da pandemia.
“Fechámos o ano de 2024 com um crescimento de 40%, o que é muito bom tendo em conta o mercado que nós trabalhamos, que é só Portugal continental e ilhas”, aponta André Duarte. Este foi também o ano em que umas categorias de produto se destacaram mais que outras, com o responsável a assumir que “smartphones foi a que mais cresceu no pico de vendas entre a Black Friday e a Cyber Monday e até na primeira quinzena de dezembro”.
A introdução de métodos de pagamentos faseados no KuantoKusta aconteceu em 2023 com a Floa e em 2024 juntou-se a Klarna. “Sentimos que os portugueses recorrem cada vez mais a estes métodos de pagamento para comprar produtos de valor acrescentado sem ter um esforço significativo naquele momento”, adianta André Duarte.
A Floa chegou a este marketplace em dezembro de 2022 e em janeiro de 2023 já valia 5% do valor transacionado. “Terminámos o ano com 19%. Portanto, praticamente 20% das nossas transações do KuantoKusta eram através desta plataforma. Em janeiro de 2024 já rondava os 22% e terminámos com 29%”, já com a Klarna à mistura.
André Duarte indica que este é um valor considerável e que a expectativa é “terminar 2025 a rondar entre os 40% e 45%”. “É fácil de perceber [o crescimento deste meio de pagamento]. É muito fácil pagar, basta ter um cartão de crédito ou débito e nunca ter dito problemas. Os clientes pagam a primeira prestação de imediato e depois pagam as restantes prestações”.
E qual a diferença para o KuantoKusta? Para a plataforma em si nenhum, mas o cliente apresenta uma mudança de comportamento. “Sentimos que os clientes que habitualmente gastavam 100 euros, começaram a gastar mais, porque o esforço imediato é muito inferior. O ticket médio aumenta substancialmente, sendo que ronda os 80 euros e com os outros métodos de pagamento chega a rondar os 300/350 euros”.
O responsável admite que este tipo de método de pagamento se tem mostrado “uma necessidade” para as lojas online, com os utilizadores a não optarem por outros meios quando não conseguem fazer o pagamento faseado.
Apesar de ser, na sua génese, um comparador de preços entre lojas, o KuantoKusta quer mesmo reforçar a sua vertente de marketplace. “Não é por acharmos que vamos ganhar mais dinheiro, mas o que aportamos ao consumidor em termos de qualidade, experiência de compra e onde nos podemos diferenciar da concorrência”.
E André Duarte refere que já sentem a confiança no mercado perante o o seu produto, mesmo perante o receio de encomendar algo por canais digitais, principalmente através de terceiros. Ao JE, o diretor comercial admite que o “ticket médio é bastante elevado”, o que afasta um cenário de desconfiança perante as compras online.
Curiosamente, o produto mais vendido através do marketplace do KuantoKusta é algo inusitado, dentro da área de saúde e beleza, a que mais vende em quantidade em toda a plataforma: “um produto para as articulações”. “Não queremos que o KuantoKusta tenha só tecnologia. Queremos que o consumidor consiga encontrar um pouco de tudo e que aquilo que procuram esteja presente na plataforma”, diz o diretor comercial ao JE.
Também o segmento de animais de estimação se destaca, com muitos utilizadores a recorrer ao comparador para verificar preços entre lojas e posteriormente para comprar.
“O que sentimos é que não houve um decréscimo de vendas, se compararmos com o mesmo período do ano passado e ainda estamos a crescer à volta de 35%. É um bom presságio para aquilo que poderá vir, mas sentimos sempre mais afluência no início e fim do mês”, assume André Duarte.
No entanto, os dados disponibilizados aquando da entrevista ao Jornal Económico ainda não eram suficientes para o diretor comercial afirmar com certezas o fecho do mês de janeiro. “Embora esteja a chover, o panorama de hoje é risonho”, brinca o responsável.
Outra curiosidade do KuantoKusta, e que André Duarte nos confessa com o quadro interativo atualizado ao segundo atrás de si, é que o crescimento tem mais em valor do que em número de encomendas. É aqui que o diretor volta a destacar o pagamento faseado, em que o ticket médio cresce sem necessitar de mais encomendas.
A área que mais vende continua a ser a dos grandes eletrodomésticos, com o troféu a ir para os frigoríficos. “Os consumidores já estão habituados a ir à loja física e ter de pagar para entregar o produto em casa. Isso apresenta alguma resistência, sendo que connosco está incluída no preço. O valor dos portes continua a ser uma das principais resistências às compras online”.
Para o KuantoKusta, as transportadoras também se têm de adaptar ao novo modelo de e-commerce. “Sentimos que o e-commerce está a crescer a um ritmo e as transportadoras não estão a acompanhar. Sentimos isso com o aumento de incidências no período de maior fluxo, que é a época de Black Friday e de Natal”.
“As vendas crescem substancialmente nesta altura, em que passamos de ter mil encomendas num dia para no dia seguinte termos sete mil. E depois as transportadoras não acompanham e isso cria incidências na plataforma”, aponta André Duarte.
Apesar de pequenos percalços, o objetivo mantém-se e o KuantoKusta tem uma “meta ambiciosa” em que pretende manter o crescimento a dois dígitos ou mesmo a mais. Esse é o objetivo traçado do lado do KuantoKusta, embora a plataforma esteja também dependente de tudo o que acontece no mundo e no país, principalmente em questões que toquem diretamente na carteira dos consumidores.
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