O aumento da inflação este ano será temporário e no próximo ano deverá voltar a reduzir-se. A convicção foi manifestada pela presidente do Banco Central Europeu (BCE), que remeteu mais leituras para as projeções que serão divulgadas em junho e para quem é ainda “demasiado cedo” para falar no programa de compra de ativos pós-pandemia.
“Consideramos que os números da inflação em 2021, números que vemos que estão a aumentar, será, no entanto, temporário. Esse aumento baseia-se em fatores temporários”, afirmou Christine Lagarde, esta sexta-feira, em conferência de imprensa após a reunião do Eurogrupo, que decorreu no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.
A francesa frisou que a avaliação do BCE é de que a inflação em 2022 irá reduzir-se e passará a níveis inferiores aos atuais, defendendo que “do ponto de vista das orientações políticas, devemos passar por esta fase de inflação maior, porque os agregados de base mantêm-se”.
Explicando que houve muitos fatores e desenvolvimentos já integrados nas projeções de março, deu nota de que a partir das projeções que serão divulgadas a 10 de junho, “nomeadamente as perspectivas em matéria de inflação”, será feita uma “avaliação das condições de financiamento perante as quais nos esforçamos que se mantenham”.
Questionada pelos jornalistas sobre o futuro do programa de compra de ativos, a presidente do banco central reiterou que “no que diz respeito à zona euro, a ideia é manter as condições de financiamento favoráveis ao longo do período pandémico”.
“Isto irá nortear a forma como iremos gerir o programa de compra de dívida. A pandemia por definição é algo de incerto, o que é certo é que estamos empenhados em manter as condições de financiamento favoráveis, recorrendo ao envelope do PEPP e com estas medidas pelo menos até março de 2022”, afirmou, acrescentando, contudo, que “é demasiado cedo e é mesmo desnecessários estarmos agora a tratar de questões de médio e longo prazo”.
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