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Lagarde sinaliza corte de juros em junho caso se verifiquem as projeções do BCE

Os dados do mercado laboral no arranque do ano, divulgados no final do maio, serão determinantes para a decisão do BCE, que teme efeitos de segunda ordem à boleia das negociações coletivas de primavera. Após junho, o caminho continua incerto, sinalizou Lagarde.
20 Março 2024, 12h12

O Banco Central Europeu (BCE) deve mesmo arrancar com os cortes de juros em junho, sinalizou a presidente do organismo, mas tal estará dependente dos dados que forem surgindo e das projeções macro do banco. Quanto ao rumo após junho, a incerteza continua a dominar.

Christine Lagarde afirmou esta quarta-feira, em Frankfurt, que o BCE terá em junho uma imagem muito mais clara da situação económica na zona euro, sinalizando que essa se afigura como a altura mais provável para começar a reduzir juros. As taxas de referência para a moeda única estão em máximos desde setembro, pelo que o mercado se tem focado na inevitável descida perante uma inflação em trajetória descendente.

“Em junho teremos já um novo conjunto de projeções que poderão confirmar se o trajeto que antecipamos em março para a inflação continua válido”, disse num encontro promovido pelo Instituto para a Estabilidade Monetária e Financeira, da Universidade Goethe. Recorde-se que o banco central tem sublinhado a importância dos dados referentes à dinâmica salarial após as negociações coletivas de primavera, temendo efeitos de segunda ordem à boleia de aumentos automáticos indexados à inflação do ano anterior.

Caso estas estatísticas confirmem a visão do BCE, a autoridade monetária “pode arrancar com a fase descendente do nosso ciclo e tornar a política menos restritiva”, completou.

Nas projeções atualizadas em dezembro, o supervisor europeu apontava a 2,3% de inflação este ano, antes de o indicador descer para 2% em 2025 e 1,9% no ano seguinte.

O caminho após junho permanece, ainda assim, incerto. Lagarde sublinhou que “as pressões domésticas nos preços manter-se-ão”, destacando o sector dos serviços como um dos principais focos dessa pressão. Como tal, a presidente recusou comprometer-se com qualquer “trajetória específica para as taxas”, frisando a dependência dos dados que rege a instituição.

Por outro lado, o banco “não pode esperar até ter toda a informação relevante”, dado o risco de “ficar demasiado atrasado no ajuste de política”.

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