Mas que dia! A sessão de quinta-feira ficará para os livros da história dos mercados como uma avalanche de pressão compradora como não houve muitas, especialmente derivado de um indicador de inflação. Na realidade, o S&P500 registou mesmo o melhor dia derivado de um Consumer Price Index (CPI) dos últimos 19 anos, enquanto que o Nasdaq disparou 7,35%, curiosamente muito perto do valor do CPI que no timeframe anual caiu para os 7,7%, em vez dos 7,9% estimados, ou seja o rally exorbitante de alívio foi basicamente por causa de uma melhoria muito singela de 0,2%, para além do antecipado.
Contudo, o lema da fúria dos touros não foi a dimensão da descida da inflação, mas sim a possibilidade do aumento dos preços ter atingido um topo, permitindo assim à Fed começar a ser menos agressivo na subida dos juros, o que fez diminuir as perspetivas para a taxa máxima a ser imposta pelo banco central nos 4,8%, em vez dos 5,5% que chegou a atingir aquando das palavras de Powell a semana passada. Para além disso, o nível de aumento dos juros na próxima reunião, em Dezembro, está agora antecipado como sendo de 0.5%, menor que os 0,75% projetados após a última reunião.
Mas não obstante o movimento impressionante de quinta-feira, que foi como que um respiro de alívio dos investidores, especialmente nas tecnológicas, que têm sido mais fustigadas com a subida dos juros, o certo é que ainda existe um caminho muito longo no combate à inflação e a Fed não tem intenção de parar com o apertar do cinto das condições financeiras, não estando em causa uma pausa na subida dos juros, mas sim aumentos menos agressivos, o que como já referi anteriormente já era de esperar para Janeiro, uma vez que com mais um incremento de 0,75%, o nível passaria para os 4,5% a 4,75%, já muito perto de um patamar muito restritivo.
Quero com isto dizer que apesar de poder haver algum espaço para valorizar, os índices deverão encontrar forte resistência em breve, com os 4050 pontos no S&P500 a serem uma barreira potencialmente inultrapassável, de forma consistente, para já.
O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é de 4 horas
O principal par de moedas tocou ontem na linha superior do canal ascendente (laranja).
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