O ministro das Finanças, João Leão, usou as previsões da Comissão Europeia para defender que a crise política em Portugal não está a ser percecionada como um risco para as metas previstas pelo Governo e que o cenário macroeconómico apresentado em outubro “é credível”.
“As previsões da Comissão Europeia mostram que o cenário macroeconómico e orçamental apresentado pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2022 é credível e que os portugueses podem ter confiança no futuro”, afirma João Leão, num comunicado divulgado esta quinta-feira.
O responsável pelas Finanças portuguesas acrescenta que as projeções divulgadas por Bruxelas esta manhã “confirmam, ainda, que o contexto de incerteza política que atravessamos não teve origem em problemas financeiros nem numa crise de finanças públicas, como aconteceu no passado”.
“Por outro lado, mostram que a atual situação não está a ser percecionada como um risco para as metas previstas no cenário apresentado pelo Governo em outubro”, vinca.
A Comissão Europeia mostrou-se mais otimista sobre o crescimento da economia portuguesa, esperando uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5 % este ano, de 5,3% em 2022 e de 2,4% em 2023, acima das projeções de 3,9% para este ano e de 5,1% em 2022, inscritas no relatório do verão.
O executivo comunitário também cortou ligeiramente as projeções para o défice orçamental deste ano para 4,5% do PIB, que compara com os 4,7% das projeções de primavera, mas ainda assim ligeiramente acima dos 4,3% do PIB esperados pelo Governo português. No entanto, também adverte que “as incertezas relacionadas com a adoção do Orçamento para 2022 representam um fator de risco adicional”.
Ainda assim, o Ministério das Finanças centra-se no corte das projeções para o défice deste ano e argumenta que “relativamente às finanças públicas, a melhoria das previsões da CE [Comissão Europeia] para o défice orçamental está alinhada com o valor apresentado pelo Executivo na proposta de Orçamento do Estado para 2022, confirmando a credibilidade das contas do Governo”.
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