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Leon Black deixa liderança da Apollo após ligação a Epstein

Leon Black, que co-fundou a Apollo há 31 anos atrás, já tinha deixado o cargo de CEO e deixou agora o cargo de chairman da Apollo Global Management.
22 Março 2021, 21h55

O co-fundador da Apollo Global Management, Leon Black, deixou os cargos executivos na gestora de private equity, um movimento surpreendeu o mercado e que é o culminar de uma série de mudanças no governo corporativo desencadeadas pelas suas ligações com o gestor financeiro acusado e condenado de crimes sexuais Jeffrey Epstein.

Leon Black que co-fundou a Apollo há 31 anos atrás, deixou o cargo de presidente não executivo da empresa para Jay Clayton, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, de acordo com um comunicado citado pela Reuters nesta segunda-feira.

Black, de 69 anos, planeava manter o cargo de presidente do conselho de administração após renunciar ao cargo de CEO em janeiro, depois de uma investigação independente feita pelo escritório de advocacia Dechert, que revelou que o co-fundador do fundo Apollo pagou a Epstein 158 milhões de dólares por serviços de consultoria fiscal de imobiliário e serviços relacionados, entre 2012 e 2017. A investigação isentou Leon Black de qualquer irregularidade.

“A implacável atenção do público e o escrutínio dos media em relação ao meu relacionamento com Jeffrey Epstein – embora o exaustivo relatório Dechert concluísse que não havia evidências de irregularidades de minha parte – afetaram a minha saúde e fizeram-me querer ficar durante algum tempo longe dos holofotes públicos fruto do meu envolvimento diário com esta grande empresa cotada”, referiu Leon Black numa carta ao conselho de administração da Apollo.

Epstein foi encontrado morto aos 66 anos, em agosto de 2019, numa prisão de Manhattan, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico e abuso sexual de menores. por supostamente abusar de dezenas mulheres menores de idade em Manhattan e na Flórida entre 2002 a 2005. A causa da morte foi suicídio por enforcamento.

Epstein vivia uma vida de luxo e o seu círculo social era amplo.

O fundo Apollo que em Portugal comprou a Tranquilidade, tendo vendido depois à Generali, disse na segunda-feira que o co-fundador Marc Rowan assumirá formalmente o cargo de CEO, após ter sido nomeado sucessor de Leon Black em janeiro. Dois novos administradores independentes, Richard Emerson e Kerry Murphy Healey, também foram adicionados ao conselho de administração da Apollo.

A Apollo, sediada em Nova Iorque, indicou Clayton, de 54 anos, que foi presidente da SEC de maio de 2017 a dezembro de 2020, para melhorar a governance corporativa da sociedade de gestão de private equity.

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