Com o SPD de centro-esquerda de Olaf Scholz e a CDU/CSU democrata-cristã de Armin Laschet dentro de uma percentagem que implica um empate técnico e a impossibilidade de qualquer deles ter uma maioria absoluta, os liberais do FDP avançaram uma proposta inédita: juntarem-se em negociação com os Verdes e depois escolherem a quem se ofereceriam como coligação – se ao SPD, se à CDU.
A decisão política do próximo governo passaria para os partidos que vão ficar em terceiro e quarto lugares – e nada indica, nem o bom senso aconselha, que quer o SPD quer a CDU venham a aceitar semelhante proposta. Mas a sua mera existência dá nota da confusão que esta noite de domingo invadiu o país.
Christian Lindner, líder dos liberais alemães, tem tido muita elasticidade em relação às coligações em que faz o seu partido entrar – e o FDP tanto se pode coligar com a CDU como com o SPD. Talvez por isso, aliás, de vez em quando os alemães se esqueçam da sua existência e neles votem tão pouco que o partido por vezes não tem votos suficientes para sequer chegar ao Bundestag, o parlamento alemão.
Entretanto, os dois principais candidatos à chancelaria continuam, mesmo que com pouco entusiasmo, a clamarem a vitória final.
Por outro lado, a candidata dos Verdes, Annalena Baerbock, já admitiu publicamente que a sua campanha empalideceu depois de ter cometido alguns erros, pelos quais se diz responsável. Baerbock – que chegou a estar em primeiro lugar em algumas sondagens – não conseguiu capitalizar o descontentamento que o eleitorado democrata-cristão mostrou face ao escolhido para suceder à chanceler Angela Merkel.
De qualquer modo, a líder dos Verdes disse já depois de as urnas fecharem que ficava claro que os alemães querem uma mudança de regime – e estão preparados para entregar o poder ao SPD.
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