Os festejos da vitória do Sporting em Lisboa geraram muitas críticas devido àquilo que em “futebolês” se denomina “dualidade de critérios”. Também chocou o contraste entre o planeamento rigoroso que teria sido realizado e uma noite com multidões e cargas policiais.

Não era socialmente aceitável, e continua a não ser, que a generalidade dos portugueses estivessem sujeitos a tantas restrições que perturbam todos os aspetos da sua vida e, ao mesmo tempo, assistirem a discricionariedades como permitir que milhares se juntassem em frente a um ecrã gigante.

No entanto, os festejos tiveram um lado muito positivo ao comprovar que as atuais medidas de confinamento e demais regras – mesmo as que irão entrar em vigor ainda este mês – são agora desnecessárias, apenas restringem os direitos e liberdades e provocam danos económicos seríssimos.

Como seria fácil de prever, da multidão de Alvalade resultou um aumento ligeiro dos casos de Covid-19, mas muito provavelmente, nenhuma fatalidade. Importa lembrar que a luta contra a pandemia só ganha sentido para evitar mortes. Eliminar a circulação dos coronavírus é uma utopia. Perigosa, como todas.

A reabertura das escolas não provocou a calamidade que muitos apregoavam. Os restaurantes e ginásios abertos, o regresso de crianças e jovens à prática desportiva, os shoppings mais concorridos devido a horários reduzidos e outras normalidades não se notam nas estatísticas Covid.

A estocada final às teses de confinamento virá da insignificância que a final da Liga dos Campeões no Porto terá na contabilidade de mortos e internados. Com as vacinas a produzirem efeitos, a pandemia só existirá para os mal-intencionados e nas mentes que foram formatadas pelo medo nos últimos 15 meses.

Prosseguindo a vacinação, é imperativo terminar já com as limitações, as máscaras, as restrições de acesso a empresas, praças, praias e recintos desportivos e todas as outras regras que continuam, sem fundamento, a impedir os portugueses de trabalharem, aprenderem e, no fundo, de viverem.