O representante da Líbia nas Nações Unidas à Líbia disse que os líbios estão cansados de etapas temporárias assumidas pela comunidade internacional para solucionar problemas que se arrastam há anos: “Quaisquer que sejam as soluções e iniciativas propostas, os líbios estão cansados das etapas temporárias e querem soluções que levem a uma constituição permanente e a eleições “, disse o embaixador Taher El-Sonni.
A declaração foi feita durante um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, à margem da 75ª sessão da Assembleia Geral da organização, de acordo com um comunicado da missão permanente da ONU na Líbia.
Por sua vez, Guterres destacou o seu empenho em apoiar o processo político e a estabilidade da Líbia e a sua vontade em acelerar a nomeação de um novo enviado especial do secretário-geral à Líbia (que sucederá a Ghassan Salame, que renunciou por motivos de saúde em março).
A Líbia está dilacerada pela guerra civil desde o derrube de Moammar Gaddafi em 2011. O novo governo foi criado em 2015 sob um acordo liderado pela ONU, mas os esforços por um acordo político de longo prazo fracassaram devido à ofensiva militar das forças do general Khalifa Haftar.
Mas o pior ainda estava para vir: a comunidade internacional dividiu-se no apoio entre as duas fações e o país entrou em guerra civil – mais uma – sem que haja evidências de uma trégua duradoura. O facto de uma das partes ser liderada pela ONU e outra pela França (de forma pouco clara) fez com que os problemas deixassem de ter solução.
Ao mesmo tempo, a Líbia passou a ser palco das atuações de grupos marginais organizados, com interesses no transporte ilegal de refugiados para a Europa, o que fez com que um possível entendimento com a União Europeia para a solução dos problemas internos acabasse por ficar bloqueada.
Há pouco mais de uma semana, a Turquia, que apoia o governo central, afirmou que o “rebelde” Haftar sofreu uma inultrapassável derrota militar e que Ancara está pronta para apoiar aquele que considera o governo legítimo do país. Este apoio passa pelo suporte ao regresso da exploração do petróleo e pela reorganização do exército nacional, nomeadamente.
Ora, para a União Europeia, essa aproximação entre a Turquia e a Líbia – num movimento que também tem a vetr com o conflito existente no Mediterrâneo Oriental entre Ancara e Atenas – não será pacífica. É bem possível, como alega o embaixador Taher El-Sonni, que a Líbia ainda esteja muito longe de atingir uma situação de paz sustentada.
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