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Líder demissionário do PS Madeira considera que pandemia teve “impacto direto” nas autárquicas

O presidente do PS Madeira, que anunciou a sua demissão na noite eleitoral, afirmou que “houve uma perceção das pessoas de que o Governo Regional [de coligação PSD/CDS-PP] geriu bem essa pandemia e essa perceção, obviamente, beneficiou quem está no poder e teve efeito direto nas eleições”. Cafôfo disse também não ter “culpa direta” nos resultados eleitorais, mas considerou que não alcançou os objetivos a que se propôs.
30 Setembro 2021, 11h08

O líder demissionário do PS Madeira, Paulo Cafôfo, considerou que a pandemia da Covid-19 teve “impacto direto” no resultado das eleições autárquicas, beneficiando o PSD/CDS-PP, sobretudo no Funchal, onde a coligação liderada pelos socialistas sofreu uma pesada derrota.

“Houve uma perceção das pessoas de que o Governo Regional [de coligação PSD/CDS-PP] geriu bem essa pandemia e essa perceção, obviamente, beneficiou quem está no poder e teve efeito direto nas eleições”, disse.

Paulo Cafôfo falava no âmbito da reunião da Comissão Política do PS/Madeira, que se reuniu na passada quarta-feira para analisar as eleições de domingo.

O PSD/CDS-PP venceu no Funchal com maioria absoluta, elegendo seis vereadores, num total de onze, e garantiu a liderança de nove das dez freguesias que compõem o concelho mais populoso e importante da Região Autónoma da Madeira.

O PS manteve três autarquias (Porto Moniz, Ponta do Sol, Machico), mas perdeu o Funchal, que era governado desde 2013 por coligações encabeçadas pelos socialistas madeirenses.

Na sequência deste resultado, Paulo Cafôfo anunciou a demissão de presidente do PS/Madeira, cargo que desempenhava desde julho de 2020, depois de ter encabeçado a lista do partido nas eleições regionais de 2019, quando os socialistas obtiveram o melhor resultado de sempre, elegendo 19 deputados no total de 47 que compõem o parlamento madeirense.

“Vou sair. Essa é uma decisão tomada e que não tem volta a dar”, disse hoje Paulo Cafôfo, na reunião da Comissão Política, adiantando, no entanto, que só o fará depois da realização do congresso regional, ainda sem data marcada.

O líder demissionário, que abandona também o lugar de deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, sublinhou não ter “culpa direta” nos resultados eleitorais, mas considera que não alcançou os objetivos a que se propôs.

“Só irei deixar o PS depois do congresso regional, para não deixar um vazio de poder e assegurar que haja uma transição pacífica para uma nova liderança e preparar o próximo círculo eleitoral”, disse.

E reforçou: “Quero também dizer que não desisto da mudança da Madeira, porque não abdico daquilo em que acredito, não abdico dos meus princípios e saio de consciência tranquila e sem qualquer rotura com ninguém. Saio a bem.”

Paulo Cafôfo, que foi presidente da Câmara Municipal do Funchal entre 2013 e 2019, garantiu ainda que vai continuar a ter uma “militância ativa” e assegurou não estar a “virar as costas ao partido” nem a “abandonar o barco”.

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