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Líder do CDS-PP desafia António Costa a esclarecer se Centeno “é capaz de acertar o passo”

Francisco Rodrigues dos Santos defende que cabe ao primeiro-ministro decidir se mantém a confiança no seu ministro das Finanças e aconselha o Presidente da República a não se envolver no conflito, pois “não lhe cabe coordenar o Governo”.
13 Maio 2020, 22h53

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, desafiou o primeiro-ministro António Costa a esclarecer se o ministro das Finanças “é capaz de acertar o passo e se mantém a sua confiança política nele; ou se, por outro lado, a relação institucional se deteriorou ao ponto de Mário Centeno ter de abandonar o Governo”.

Após o líder social-democrata Rui Rio ter defendido que Mário Centeno deixou de ter condições para ficar no Governo, após ser criticado pelo Presidente da República por autorizar o empréstimo do Tesouro ao Fundo de Resolução que permitiu injetar 850 milhões de euros no Novo Banco antes de serem conhecidos os resultados de uma auditoria, Francisco Rodrigues dos Santos salientou que a coordenação política no Governo é da competência do primeiro-ministro. Este viu-se forçado a pedir desculpas à coordenadora bloquista Catarina Martins por lhe ter garantido no debate quinzenal da passada quinta-feira que essa transferência ainda não tinha sido realizada.

“Existindo descoordenação a culpa é de António Costa, que deve assumir as suas responsabilidades”, defendeu o presidente do CDS-PP, acrescentando que “a avaliar pelos rasgados elogios que lhe fez nos últimos quatro anos, nenhum português diria que seria difícil ao primeiro-ministro entender-se com o ‘Ronaldo das Finanças'”. Neste momento, o primeiro-ministro e Mário Centeno estão reunidos, sendo incerto se o ministro se deslocou a São Bento para apresentar a demissão.

Francisco Rodrigues dos Santos defende que tem de ser António Costa a decidir se mantém a confiança no ministro de Estado e das Finanças. “Não conta connosco para fazer o frete de escolher por ele”, disse o presidente do CDS-PP, que também se dirigiu a Marcelo Rebelo de Sousa, referindo-se ao seu envolvimento na crise política em curso: “Seria prudente que neste processo o Presidente da República zelasse pelo regular funcionamento das instituições e evitasse ser arrastado para o conflito, não lhe cabendo coordenar o Governo”.

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