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Líder do PCP dá a sua “palavra de honra” em que a realização do congresso não serviu de moeda de troca para viabilizar OE 2021

Apesar da sua abstenção na votação do OE 2021, o PCP garante que vai manter o “distanciamento do Governo do PS”.
  • Jerónimo de Sousa, durante o comício de encerramento da 44ª edição da Festa do Avante, que decorreu na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal
28 Novembro 2020, 11h10

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) rejeitou a possibilidade de que a viabilização do Orçamento do Estado para 2021 (OE) não serviu de moeda de troca para permitir a realização do congresso que está a ter lugar este fim de semana em Loures, distrito de Lisboa.

“Empenho a minha palavra de honra em como nunca houve nenhum contacto com o PS e o Governo sobre essa matéria do congresso”, disse Jerónimo de Sousa em declarações à RTP.

A abstenção do PCP, a par do PAN, do PEV e das duas deputadas únicas não inscritas, permitiu que o OE 2021 fosse aprovado no Parlamento na quinta-feira.

Questionado sobre se havia necessidade de realizar este congresso num momento em que a pandemia da Covid-19 continua a crescer em Portugal, o líder do PCP respondeu que o evento “representa um incentivo, uma motivação, porque se criou a ideia que levando as pessoas ao confinamento, se teria que paralisar tudo, criando o medo de morrer, e criando o medo de viver”.

O líder do PCP também veio desdramatizar a possibilidade do OE 2021 ter sido chumbado. “Mesmo com o Orçamento derrotado, o Governo não estava em causa. Poderia encontrar soluções num novo orçamento ou mesmo em duodécimos, isso não e uma condição sine qua non”.

O secretário-geral comunista explicou também porque é que o PCP continuou a negociar com o Governo. “Nós travámos o combate ate ao fim, foi um compromisso que assumimos, não abdicamos de nenhuma oportunidade para avançar com direitos nas reformas e pensões, SNS, serviços públicos”.

Mas para o futuro, o PCP garante o “distanciamento do Governo do PS” que tem responsabilidade em “matérias que não foram aprovadas”.

“A nossa posição, mantendo a nossa independência, o Governo pode contar connosco com o que for bom para os trabalhadores e o povo. Mas não pode contar connosco se apresentar propostas indevidas que vão contra a nossa aspiração de fazer avançar os direitos”, destacou.

Sobre se vai continuar a liderar o partido, Jerónimo de Sousa deixou essa possibilidade nas mãos do comité central que vai reunir este fim de semana para “eleger os órgãos executivos e o secretário-geral”.

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