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Líderes empresariais estão a ter mais ações para atingir objetivos de sustentabilidade

Francisco Sepúlveda, partner da Bain em Lisboa, afirma que “após os primeiros anos de grandes ambições e discussão de metas, os CEOs fizeram no último ano uma reflexão realista sobre a sua agenda de sustentabilidade. Hoje poderão falar menos sobre o tema, mas o que não expressam em palavras traduzem-no em ação — passaram do ‘dizer’ ao ‘fazer’”.
insolvências empresas
27 Setembro 2025, 15h38

Os líderes empresariais têm falado menos de sustentabilidade, contudo têm tido mais ações neste campo, segundo revela o estudo da Bain&Company. De acordo com os dados recolhidos, em 2024 cerca de 54% dos CEOs associavam sustentabilidade a valor para o negócio, um aumento de 18% face a 2018.

Francisco Sepúlveda, partner da Bain em Lisboa, afirma que “após os primeiros anos de grandes ambições e discussão de metas, os CEOs fizeram no último ano uma reflexão realista sobre a sua agenda de sustentabilidade. Hoje poderão falar menos sobre o tema, mas o que não expressam em palavras traduzem-no em ação — passaram do ‘dizer’ ao ‘fazer’”.

“O estudo que apresentamos mostra que cada vez mais compradores B2B procuram fornecedores sustentáveis e que os consumidores B2C valorizam de forma crescente este fator, premiando as empresas que oferecem produtos inovadores, acessíveis e sustentáveis”, explica.

A inteligência artificial (IA) veio impulsionar as empresas a serem mais sustentáveis, prova disso é que as empresas que adotaram esta tecnologia registaram uma redução do consumo energético, do desperdício, melhoraram a segurança no trabalho e aceleraram o progresso destas nos seus objetivos de sustentabilidade.

Dos 400 executivos inquiridos, 80% veem uma oportunidade grande ou muito grande na IA para apoiar as suas iniciativas de sustentabilidade, contudo 50% afirma ainda estar numa fase inicial de testes e exploração destas aplicações.

Apesar de ser uma ferramenta muito útil, os setores devem estar atentos ao impacto ambiental do crescimento da IA. Os dados da ferramenta Intersect da Bain, estima que, num cenário de elevado crescimento, os centros de dados e a IA poderão emitir 810 milhões de toneladas de CO₂ por ano até 2035, o equivalente a 2% das emissões globais e 17% das industriais.

“A inteligência artificial deixou de ser opcional — é hoje essencial para desbloquear impacto sustentável. Enquanto muitas empresas ainda estão em fase de testes, líderes já aplicam a IA para reduzir energia e desperdício, melhorar a segurança e acelerar metas ambientais, capturando simultaneamente valor de negócio. A mensagem é clara: a IA não deve ser vista como um extra, mas integrada de forma estratégica e ambiciosa no centro da agenda de sustentabilidade.”, afirma Diogo Rebelo, senior manager da Bain.

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