[weglot_switcher]

Liga portuguesa. “Centralização de direitos de TV deve ter intervenção direta do Estado”, defende partner da EY

Anuário do Futebol, parceria da Liga Portugal e da EY, traça o retrato económico da indústria. Para Miguel Farinha, da EY, o tema dos direitos televisivos é premente para que o produto futebol se torne mais atrativo.
8 Agosto 2020, 09h00

Em 2018/19, a indústria do futebol contribuiu com 549 milhões para o PIB português e pagou 150 milhões em impostos. Miguel Farinha, Partner da EY e responsável máximo pela equipa de Strategy and Transactions da Ernst & Young, explicou ao JE como pode ser melhorado o produto.

Em 2018/19, a indústria do futebol em Portugal teve um contributo de 549 milhões para o PIB português. O que diz este valor sobre a importância desta indústria?
Creio que é um número impressionante e um dado muito positivo face ao ano anterior. É importante salientar que este número ainda não contabiliza algumas transferências que foram feitas após 1 de julho. Volto a dizer que é de facto um número muito positivo porque reflete alguns crescimentos implícitos: há por um lado o valor das transferências, há a questão dos direitos televisivos que tem um peso significativo sobretudo nas equipas mais pequenas e em cima disso há a redistribuição dos prémios da UEFA que teve um impacto muito grande nos dois clubes que participaram na Liga dos Campeões.

As 32 SADs pagaram 150 milhões de euros em impostos neste período. O que pode o Estado dar em troca?
Se olharmos para o total de contribuições, conseguimos perceber algo que nunca tínhamos conseguido apurar que é o peso do IRS e do IVA. Estes 150 milhões significam que o futebol profissional paga em impostos o equivalente a 86 mil salários médios mensais da Função Pública. Este é um número que devia levar o Estado a pensar numa atividade que tem um peso significativo na economia portuguesa e que, nesse sentido, deveria ser mais protegida pelo Estado não em termos de apoios diretos mas principalmente no apoio à regulamentação desta atividade. Dou o exemplo da centralização dos direitos televisivos (Portugal é o único país europeu que não tem os direitos centralizados) e creio que a única forma disto acontecer passa por uma intervenção direta do Estado. Tem que ser o Estado a tomar essa decisão e essa é uma questão de regulamentação importante.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.