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Ligação ferroviária entre a linha da Beira Baixa e a linha da Beira Alta foi hoje reaberta à circulação

Este projeto envolveu um investimento global de 77,12 milhões de euros, dos quais 60,57 milhões de euros forma assegurados por fundos da União Europeia, enquanto os restantes 16,55 milhões de euros foram da responsabilidade do Orçamento de Estado português. 
2 Maio 2021, 16h13

A reabertura à circulação ferroviária entre a linha da Beira Baixa e a linha da Beira alta, no troço entre a Covilhã e a Guarda, ocorreu hoje, dia 2 de maio, traduzindo um reforço da capacidade operacional da Rede Ferroviária Nacional, destaca a IP – Infraestruturas de Portugal.

“A Infraestruturas de Portugal saúda a reabertura à circulação comercial do transporte ferroviário de passageiros e mercadorias no troço Covilhã – Guarda da Linha da Beira Baixa”, destaca um comunicado da gestora da rede ferroviária nacional, sublinhando que “este é um dia histórico que marca a reposição da ligação ferroviária entre duas das mais importantes cidades da região das Beiras e Serra da Estrela através da linha da Beira Baixa, e que esteve interrompida cerca de 12 anos”.

Este projeto envolveu um investimento global de 77,12 milhões de euros, dos quais 60,57 milhões de euros forma assegurados por fundos da União Europeia, enquanto os restantes 16,55 milhões de euros foram da responsabilidade do Orçamento de Estado português.

De acordo com o mesmo documento, “a abertura à circulação ferroviária deste troço com 46 quilómetros de extensão, há muito ansiada pelas populações, é agora possível após a conclusão da empreitada de modernização e eletrificação da via férrea, executada pela Infraestruturas de Portugal no âmbito do programa de investimentos de requalificação da Rede Ferroviária Nacional, Ferrovia2020, comparticipado por Fundos da União Europeia, através do Compete 2020”.

“A empreitada de modernização do troço entre a Covilhã e a Guarda foi concluída no início deste ano, seguindo-se uma exigente fase de testes e de certificação da infraestrutura. A obra envolveu a reabilitação de 36 quilómetros de via (10 quilómetros do troço tinham já sido intervencionados), a eletrificação do troço em toda a sua extensão, a instalação do sistema de sinalização eletrónica e telecomunicações (GSR-M), a implementação do sistema de controlo de velocidade (Convel) e construção de sistemas de drenagem e trabalhos de estabilização de taludes”, adianta o referido comunicado.

A IP destaca as seguintes intervenções: construção da Concordância das Beiras; criação de uma ligação ferroviária direta entre a linha da Beira Alta e a linha da Beira Baixa, em via única eletrificada, com 1.500 metros de extensão, que incluiu a execução de uma nova ponte ferroviária sobre o rio Diz, com uma extensão de 237,8 metros; reabilitação integral de seis pontes ferroviárias, adiantando que no âmbito desta empreitada foram ainda realizados trabalhos de reabilitação e reforço de seis pontes ferroviárias (ponte da Carpinteira; ponte do Corge; ponte do Zêzere II; ponte de Maçainhas; ponte dos Gogos; e ponte Penha da Barroca), todas com mais de um século de existência.

Procedeu-se também ao reforço da segurança rodoferroviária no atravessamento da linha férrea; automatização de 18 passagens de nível (PN) e a supressão da PN situada ao quilómetro 206,960 no concelho da Guarda. “Como alternativa de atravessamento, foi construída uma passagem inferior a cerca de 250 metros do local onde anteriormente se situava a PN”, esclarece a IP.

A empreitada incluiu igualmente a ampliação da estação de Belmonte, que “passa a possibilitar o estacionamento de comboios com 600 metros de comprimento, o que assegura o aumento da capacidade da linha, a circulação de comboios com maior carga, e consequentemente, uma importante redução dos encargos de transporte para os operadores ferroviários”. Em simultâneo, ocorreram a beneficiação no Largo da Estação, nomeadamente ao nível do estacionamento automóvel, assim como intervenções nos apeadeiros de Caria, Maçainhas, Benespera e Barracão/Sabugal; e melhorias ao nível das condições de conforto e de acessibilidade dos passageiros, nomeadamente através da recuperação dos edifícios, da construção de novas plataformas e na requalificação nas zonas envolventes da estação.

“Os projetos previstos executar na linha da Beira Baixa no âmbito do Ferrovia2020, visam a construção de uma nova ligação ferroviária entre a linha da Beira Baixa e a linha da Beira Alta e a modernização e reabertura à circulação do troço Covilhã – Guarda, cuja realização potenciará a dinamização do transporte ferroviário nas ligações inter-regionais e na ligação a Espanha. Os investimentos são executados no âmbito do programa Ferrovia2020 e cofinanciados com fundos da União Europeia”, salienta a IP.

Recorde-se que a linha da Beira Baixa desenvolve-se entre o Entroncamento e a Guarda, numa extensão de aproximadamente 240 quilómetros, encontrando-se agora eletrificada e dotada de sistema de sinalização eletrónica em toda a sua extensão.

Segundo a IP, a concretização dos projetos de modernização da linha da Beira Baixa tem como principais benefícios a reativação do serviço de passageiros entre a Covilhã e a Guarda; a redução do tempo de percurso (face aos tempos praticados à data do encerramento); o aumento da competitividade do transporte de mercadorias com a criação de uma nova rota e ao permitir a circulação de comboios de mercadorias com 600 metros; o reforço dos níveis de segurança e fiabilidade, em resultado da instalação do sistema de sinalização eletrónica e telecomunicações e pela supressão e automatização de passagens de nível; a melhoria das ligações transfronteiriças; e benefícios ambientais através da redução das emissões de CO2 (dióxido de carbono).

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