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Lisboa deve acelerar para atingir emissões zero até 2030. Transportes públicos devem ser melhorados

Na opinião da Zero, Lisboa deve melhorar o rácio de transportes públicos ‘verdes’, uma vez que as cidades devem estar bem estruturadas em torno dos transportes públicos tradicionais. Os ambientalistas referem que a Carris deve melhorar a sua frota de autocarros elétricos, estando atrasada em relação a outros países.
Carris
3 Julho 2023, 12h40

A capital portuguesa está num bom caminho, mas deve acelerar as suas políticas para o sector da mobilidade atingir as zero emissões até ao início da próxima década. Um novo estudo de uma coligação de organizações europeias mostra que Lisboa, a única cidade portuguesa avaliada, teve uma classificação geral de 49,8%, situando-se no 10º lugar entre 42 cidades europeias.

A associação Zero, que cita o estudo, nota que Lisboa se destaca positivamente pela “ampla oferta de trotinetes e bicicletas partilhadas, bem como graças à infraestrutura de carregamento para automóveis elétricos” mas que falha quando se avaliam os automóveis elétricos partilhados e os autocarros emissões zero.

A entidade ambientalista mostra-se preocupada “na medida em que a mobilidade numa cidade como Lisboa tem de estar estruturada em torno dos meios tradicionais de transporte público”, isto é, não está preparada para uma mobilidade sustentável.

“Embora a mobilidade suave seja conveniente nas curtas distâncias e na conectividade no último quilómetro, pode não ser prática ou viável para viagens mais longas ou para pessoas com limitações de mobilidade”, refere em relação à mobilidade suave de ride-hailing. A Zero sustenta, em comunicado, que “os sistemas tradicionais de transportes públicos, como autocarros, elétricos e comboios, é que têm capacidade para transportar um maior número de pessoas de forma eficiente e são mais adequados para deslocações mais longas e para as horas de ponta”.

Assim, os ambientalistas aponta que, embora a mobilidade suave seja importante no transporte urbano, trata-se de um complemento aos transportes públicos tradicionais (como autocarros) e não um substituto, não podendo “servir para tapar buracos do transporte público nem para evitar o investimento em infraestruturas ou em meios de transporte, sendo que é disto que a cidade carece”.

Abordando ainda o tema dos transportes públicos, a Zero lembra que a Carris contava apenas, no fim do primeiro trimestre deste ano, com 15 autocarros elétricos, cerca de 2,3% do total da sua frota. O estudo indica que existem cidades que têm mais de 10% da sua frota de autocarros eletrificada, significando que Lisboa está bastante atrasada nesta questão. Ainda assim, destaca que o investimento planeado até 2026 deverá melhorar os números.

Sobre o ranking, Copenhaga ocupa o primeiro lugar do estudo, com uma pontuação de 86,5%, sendo a cidade melhor classificada em termos da descarbonizarão da mobilidade até 2030. Seguem-lhe Oslo (81,3%) e Paris (69,5%), enquanto que Manchester (8,3%) e Dublin (8,8%) ocupam as últimas posições da lista.

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