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Lisboa Financial Fórum: “o emprego barato tem custos para a sociedade e para os contribuintes”

O humanismo pode aumentar a competitividade empresarial. Melhores salários e participação dos trabalhadores na estrutura acionista do empregador pode ser a solução.
24 Novembro 2018, 17h20

Dez anos após a crise financeira que colocou em causa o sistema financeiro, o humanismo na sociedade e na competitividade empresarial foi o mote da 2ª edição do Lisboa Financial Fórum, uma conferência promovida pela corretora ActivTrades e da qual o Jornal Económico é media partner. Apesar da retoma económica dos últimos anos, os “mercados de capitais ainda têm uma má imagem”, disse Isabel Neves, presidente do Lisbon Business Angels Club. A investidora informal revelou que ainda “tem medo do mercado de capitais porque, por detrás dele, está a ganância das pessoas.

“Tenho receio da perda de humanismo por parte das pessoas que manipulam os mercados de capitais”, confessou.

“Os mercados financeiros, assim como as empresas, são pessoas e aí é que está a questão” disse Marco Silva, consultor estratégico. “Muitos críticos do capitalismo apontam o dedo às grandes corporações, mas por detrás deles, estão pessoas. E as pessoas têm defeitos”.

Em Portugal, durante a crise, Isabel Neves, frisou que “faliram muitas pequenas e médias empresas e, atrás delas, faliram muitas famílias”.

Marco Silva salientou que a solução passa por uma alteração das mentalidades, por exemplo, copiando o sistema de governação e de estrutura da tradição anglo-saxónica. “O emprego barato tem custos para a sociedade e para os contribuintes”, disse. Para o consultor, todas as startups que se tornaram em grandes empresas, como o Facebook, têm na sua estrutura acionista “os primeiros empregados, que se tornaram ricos”.

“Esta noção, de trazer a empresa para as mãos dos trabalhadores, é humanista e faz com que todos remem na mesma direção”, disse.

 

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