A empresa de partilha de trotinetes elétricas Bird foi esta quinta-feira apresentada à comunicação social, sendo que inicia atividade em Lisboa no dia 1 de abril com 250 trotinetes. A Bird é uma empresa norte-americana, sediada na Califórnia, e já está presente em 120 cidades.
“Queremos que a Bird seja uma alternativa de transporte para todos que vivem em Lisboa”, afirmou Yenia Zaba, EMEA Communications da Bird ao Jornal Económico. “Lisboa tem desenvolvido uma interessante política para a mobilidade sustentável, quase como se fosse uma incubadora. Nos últimos dois anos criaram infraestruturas para bicicletas e trotinetes”, acrescentou.
Quanto à oferta de trotinetes, tudo dependerá da procura. “Somos uma empresa muito flexível” acrescentou. Tal como a concorrência, as trotinetes da Bird terão um custo de 1 euro para desbloquear o veículo, valor a que soma 0,15 euros por minuto de utilização.
Em Portugal, será utilizado o modelo Bird Zero, desenhado em parceria com a empresa Okai. Este veiculo elétrico poderá atingir uma velocidade máxima de 25 km/h e estará equipado com uma solução tecnológica que vai impedir o bloqueamento dos veículos nas zonas vermelhas de estacionamento em Lisboa (zonas do Bairro Alto e afetas ao Castelo).
A particularidade das trotinetes Bird é que só vão estar nas ruas entre as 7h e as 21h, todos os dias. Durante a noite são recolhidas por uma equipa denominada por Bird Watchers, que conta com o apoio logístico de uma empresa externa gestora de frota, posteriormente carregadas e estão de volta às ruas da capital pelas 7h.
Yenia Zaba fez saber que para já existem apenas quatro Bird Watchers, trabalhadores responsáveis por apoiar os utilizadores sempre que necessário e distribuir e recolher as trotinetes e rastreá-las em tempo real. Também estão responsáveis por reposicionar as totinetes quando mal estacionadas. Ao todo, a Bird já criou onze postos de trabalho.
Um dos grandes objetivos da Bird é contribuir para que a autarquia de Lisboa consiga atingir a sua meta de reduzir o congestionamento do trânsito na cidade. “É de loucos, não sei como aguentam”, comentou Yenia Zaba ao Jornal Económico.
“Para mim é uma cidade pioneira na Europa e nós estamos muito satisfeitos por poder trabalhar em conjunto com o município numa solução para um grande problema que é o congestionamento do trânsito. Temos informação que indica que diariamente uma pessoa demora, em média, 40 minutos de carro a fazer percursos relativamente curtos”, prosseguiu.
Contribuir para uma cidade mais limpa de gases poluentes é uma das principais premissas do acordo com a Bird e a Câmara Municipal de Lisboa (CML), assinado no início do mês. “Estivemos quatro meses em conversações” fez saber Zaba na conferência de imprensa de apresentação da Bird.
Tal como o Jornal Económico noticiou em 22 de março, a CML chegou tem-se envolvido na entrada de empresas operadoras de novas soluções de mobilidade, procurando regular, estabelecer limites urbanos e marcando pontos adequados para o seu estacionamento. O acordo com a Bid procura assegurar o compromisso desta numa boa conduta de utilização de trotinetes na capital, sendo que os principais pontos a respeitar são: não permitir o estacionamento nas zonas vermelhas (áreas do Bairro Alto e Castelo), partilhar dados sobre as viagens realizadas, “100% não personalizáveis”, e partilhar a localização por GPS das trotinetes.
Também José Miguel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), marcou presença na apresentação da Bird, onde afirmou: “o comportamento do condutor é determinante. Use, divirta-se, mas sempre de forma responsável e segura”.
E ainda lembrou que o papel das autoridades tem sido muito residual no que respeita à fiscalização, apelando ao cumprimento da lei e à responsabilidade dos condutores destes veículos.
Lisboa já conta com nove empresas de trotinetes: Bird, Lime, Hive, Voi, Tier, Wind, Flash, Bungo e Iomo. A responsável da Zaba não mostrou receios com a concorrência. Pelo contrário, acredita “ser bom existir tanta oferta numa solução de mobilidade alternativa”, apontando que cada pessoa tem o seu gosto, o seu perfil e que é nessa base que escolhe a trotinete que prefere.
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