Os últimos indicadores estatísticos aparentam que está a assistir-se a um abrandamento do boom turístico que beneficiou Portugal nos últimos anos, em trajetória ascendente consecutiva. Mas o setor hoteleiro no mercado lusitano está ao rubro.
É rara a semana em que não é inaugurada uma nova unidade hoteleira, seja pelos principais players nacionais, seja por intermédio dos grandes grupos mundiais. E é evidente a consolidação de uma nova tendência, a aposta forte em investimentos em unidades direcionadas para o topo de gama, para o segmento de luxo.
O anúncio, confirmado em exclusivo ao Jornal Económico, do investimento de 70 milhões de euros num novo hotel de luxo em Lisboa, que deverá estar concluído no final do próximo ano, é mais um sinal nessa direção. Marca a entrada do grupo hoteleiro global UIP – United Investments Portugal na capital portuguesa, logo com a estreia da primeira unidade da prestigiada cadeia hoteleira Hyatt no nosso país.
Posicionado na classe de cinco estrelas superior, este novo hotel vai localizar-se junto ao Centro de Congressos de Lisboa, com vista para o rio Tejo, e terá o nome de batismo de Hyatt Regency Lisboa. No total, serão 200 unidades de alojamento de luxo, com tipologias entre o T0 e o T3, para elevar a oferta hoteleira de topo de gama da capital portuguesa no panorama internacional do setor.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Económico, Carlos Leal, diretor geral da UIP, revela os detalhes deste empreendimento hoteleiro de uma multinacional que já é detentora em Portugal de unidades tão reconhecidas como o Pine Cliffs, no Algarve, ou o Sheraton Cascais. E que vai continuar a apostar no nosso país, com a construção em curso do YOTEL, no Porto, o primeiro na Península Ibérica – mais 30 milhões de euros de investimento, com abertura prevista para o último trimestree deste ano. Com a abertura destes dois hotéis, a UIP passará a dispor de uma oferta em Portugal equivalente a 1.342 quartos/unidades de alojamento posicionadas no segmento topo de gama e de luxo, entre apartamentos, moradias e quartos de hotel. Mas o grupo continua a estudar novas oportunidades de investimento em Portugal, que podem vir a concretizar-se no curto prazo.
Qual o nome da cadeia do grupo UIP que se vai estrear em Portugal?
Este projeto vai representar a estreia da UIP em Lisboa e por isso mesmo decidimos trazer uma marca que se enquadrasse na visão que a UIP tem para o mercado nacional.
Assim, o nosso projeto em Lisboa vai receber o primeiro hotel de uma das maiores cadeias hoteleiras do mundo, a Hyatt, com a inauguração do Hyatt Regency Lisboa. Esta é uma marca internacional inovadora e que acreditamos estar em linha com o posicionamento da United Investments Portugal.
Qual o investimento previsto nesta unidade hoteleira, incluindo a aquisição do terreno?
Prevê-se que o investimento total neste novo projeto seja de 70 milhões de euros. Para além do empreendimento em si, o projeto inclui a renovação da praça do Centro de Congressos de Lisboa e a construção de um jardim público ao lado da propriedade. Queremos ter um projeto transformador numa zona que está cada vez mais cosmopolita, não só para turistas, mas também para os lisboetas.
Quais as datas previstas de construção e de entrada em funcionamento deste hotel?
A obra está prestes a arrancar e prevemos que esteja concluída até ao final de 2020, que ditará a abertura oficial do Hyatt Regency Lisboa.
Quantas estrelas terá esta nova unidade e quais serão as características distintivas, incluindo número de quartos e de suites, serviços associados e o target específico que se pretende atingir?
O Hyatt Regency Lisboa é um projeto turístico-hoteleiro de cinco estrelas superior, direcionado a um segmento alto. A localização privilegiada com uma vista fantástica para o rio Tejo é, por si só, uma das principais mais valias deste projeto: o hotel terá acesso pedonal direto para a zona ribeirinha que será feito através de uma ponte. É uma zona bastante tranquila, muito perto do centro de Lisboa, onde o bem-estar é privilegiado. É um autêntico oásis na capital.
Será um edifício único, com quatro pisos, em forma de U, virado para o Rio Tejo. Serão cerca de 200 unidades de alojamento de luxo com tipologias que vão desde o T0 ao T3.
O projeto conta ainda com um restaurante, rooftop, piscina, ginásio, parque de estacionamento privativo, salas de reunião e um fantástico spa.
Com esta unidade, qual passa a ser a dimensão da UIP em Portugal?
Este projeto marca a chegada da United Investments Portugal a Lisboa e vem reforçar as suas valências de desenvolvimento e gestão de projetos turísticos. Há mais de 30 anos em Portugal, a UIP continua a reforçar a aposta no mercado nacional: para além do Hyatt Regency Lisboa, estamos também a avançar com o YOTEL Porto, com abertura prevista para o final deste ano. Atualmente, detemos o Pine Cliffs, a Luxury Collection Resort, no Algarve, o Sheraton Cascais Resort, na Quinta da Marinha e a premiada marca de spa e turismo de saúde bem-estar, Serenity – The Art of Well Being, presente em ambos os resorts mencionados. A UIP passará, assim, a deter quatro unidades hoteleiras em Portugal.
Qual o sentido estratégico da entrada desta nova marca hoteleira de luxo em Portugal, quando diversos operadores consideram que o setor nacional do turismo está a entrar numa fase de downturn? Não é essa a experiência do Grupo UIP em Portugal ou o segmento de luxo constitui uma realidade à parte no setor hoteleiro no nosso país?
A aposta da UIP em Portugal é grande e estamos neste momento a estudar mais oportunidades de investimento. Acreditamos que existe uma grande margem de crescimento dentro do segmento de luxo e que o país tem capacidade para mais projetos turísticos desta escala.
Artigo publicado na edição nº1989, de 17 de maio do Jornal Económico
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