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Listas do PSD só têm um dos deputados que votaram contra fim dos debates quinzenais

Alexandre Poço foi o único social-democrata contrário à alteração do regimento da Assembleia da República acordada entre António Costa e Rui Rio a não ser excluído. Pelo contrário, no PS a maioria dos 28 deputados que votaram contra continuarão no Parlamento.
  • Alexandre Poço
13 Dezembro 2021, 18h38

O fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro, momento em que as duas maiores bancadas parlamentares tiveram o seu maior choque com as lideranças dos respetivos partidos nesta legislatura, teve consequências mais gravosas para os sete parlamentares do PSD que votaram em julho de 2020 contra essa alteração do regimento da Assembleia da República, levada a votos pelo PS com base numa proposta do líder social-democrata Rui Rio, do que para os 28 socialistas que fizeram o mesmo, tendo outros cinco optado pela abstenção.

Dos sete elementos do grupo parlamentar social-democrata que então se juntaram no voto contrário ao Bloco de Esquerda, PCP, CDS-PP, PAN, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e às deputadas não inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira, o único que consta das listas de candidatos a deputados do PSD às legislativas de 30 de janeiro de 2022 é Alexandre Poço. O presidente da Juventude Social Democrata (JSD) foi, aliás, um dos raríssimos apoiantes de Paulo Rangel a resistir nas listas.

Muito diferente foi o destino dos restantes atuais deputados do PSD que contrariaram uma medidas que continua a ser defendida por Rui Rio. Álvaro Almeida, Emídio Guerreiro, Margarida Balseiro Lopes, Pedro Pinto, Pedro Rodrigues e Rui Silva viram-se excluídos das listas para as próximas legislativas, com maior ou menos surpresa.

No caso de Álvaro Almeida, eleito em 2019 pelo círculo do Porto, as críticas à liderança de Rui Rio por parte do ex-candidato à Câmara do Porto tornaram evidente ao próprio que não entraria para as contas do líder reeleito. E o mesmo sucedeu com Margarida Balseiro Lopes, que era presidente da JSD aquando das últimas legislativas, sendo então cabeça de lista por Leiria, num lugar para o qual foi agora escolhido um dos dirigentes sociais-democratas mais próximos de Rio, Paulo Mota Pinto.

Entre os dois deputados do PSD eleitos por Lisboa que se manifestaram contra o fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro, Pedro Pinto e Pedro Rodrigues também se viram entre os excluídos das escolhas maioritariamente aprovadas na semana passada pelo Conselho Nacional, tendo a lista por Lisboa sido praticamente “expurgada” de apoiantes da candidatura derrotada de Paulo Rangel nas diretas para a presidência do partido. Algo que também aconteceu a Emídio Guerreiro, que há dois anos fora o sétimo eleito por Braga, à frente de Rui Silva, que também votou contra a proposta acordada por António Costa e Rui Rio e que agora também deixou de conseguir lugar elegível.

Já no que toca ao PS, apesar do adeus ao Parlamento de alguns dos deputados que se posicionaram contra o partido nessa votação, incluindo Jorge Lacão e Ascenso Simões – entretanto renunciaram ao mandato, para assumirem outros cargos, Ana Paula Vitorino e João Paulo Pedrosa, a nota dominante é a manutenção nas listas de alguns dos maiores críticos do ponto final nos debates quinzenais com o primeiro-ministro.

Entre aqueles que já têm garantias de permanência em lugares elegíveis estão deputados de várias tendências do PS, desde os mais ‘centristas’ Sérgio Sousa Pinto e Marcos Perestrello aos mais ‘esquerdistas’ Isabel Magalhães, Miguel Costa Matos, Tiago Barbosa Ribeiro e Eduardo Barroco de Melo.

Os 28 parlamentares socialistas que votaram contra a iniciativa legislativa incluíram ainda José Magalhães, Bacelar Vasconcelos, Filipe Neto Brandão, Capoulas Santos (que deverá voltar a cabeça de lista por Évora) ou Sónia Fertuzinhos, que cederá o lugar de cabeça de lista por Braga ao secretário-geral-adjunto José Luís Carneiro. Entre os cinco que se abstiveram, Pedro Delgado Alves tem eleição garantida por Lisboa.

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