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Lítio: Nova Associação Futuro do Barroso quer mediar negociações com Savannah

A nova associação vai ser apresentada publicamente na quarta-feira, em Boticas, distrito de Vila Real, município onde a empresa Savannah quer explorar a mina de lítio do Barroso.
27 Janeiro 2025, 09h42

A Associação Futuro do Barroso, criada em Boticas, quer servir de interlocutora nas negociações com a empresa que quer explorar a mina de lítio e assegurar que os benefícios da exploração sejam partilhados com a comunidade.

A nova associação vai ser apresentada publicamente na quarta-feira, em Boticas, distrito de Vila Real, município onde a empresa Savannah quer explorar a mina de lítio do Barroso.

O projeto tem sido contestado localmente quer por autarcas, quer por residentes que se juntaram na associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB).

Agora, nasce a Associação Futuro do Barroso que, em comunicado enviado à agência Lusa, afirma que os seus associados não rejeitam o “projeto por princípio”.

“Como muita gente na região, não rejeitamos o projeto por princípio, e queremos acompanhá-lo em diálogo com os promotores, para assegurar que é bem feito, que os benefícios da exploração são partilhados com a comunidade, que este projeto venha ajudar a contrariar a tendência de desertificação populacional que o concelho de Boticas e a região enfrentam e que garanta novas oportunidades económicas para todos, especialmente no Barroso”, afirma.

A associação, segundo é explicado, “visa representar todos aqueles que, nas comunidades do concelho de Boticas, pretendem um futuro mais próspero e com mais oportunidades”.

“Seremos a voz daqueles que acreditam no diálogo e no desenvolvimento como formas de construir uma região melhor”, acrescenta.

A associação tem por objetivo “a construção de um diálogo construtivo, servindo nomeadamente de interlocutor em representação da comunidade, nas negociações com a empresa responsável pelo projeto lítio do Barroso, que visa explorar a riqueza natural em Trás-os-Montes”.

Os opositores ao projeto apontam para os impactos no modo de vida, essencialmente agrícola, no Barroso Património Agrícola Mundial, no ambiente e, entre outros, na água.

No dia 18 de janeiro manifestaram-se contra a servidão administrativa, concedida pelo Governo, que permite que, durante um ano, a Savannah aceda a terrenos privados e baldios para a prospeção de lítio.

Depois da decisão da secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, a Savannah Resources anunciou poder “retomar o trabalho de campo e as perfurações necessárias” para o estudo definitivo (DFS) e o processo de conformidade ambiental do projeto lítio do Barroso, prevendo concluir estas etapas em 2025.

A empresa já disse que prevê iniciar a produção em 2027.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso emitindo, em maio de 2023, uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada.

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