A Casa das Letras edita na próxima terça-feira, 24 de janeiro, “A Teia do Banif”, do jornalista António José Vilela, no qual são escrutinados os “planos secretos” do banco onde foram lavados 1.500 milhões de euros, os negócios da elite angolana e a ligação ao caso Lava Jato.
O autor, que é director-adjunto da Sábado, explica o caso da burla milionária a Angola, como se fez o acordo confidencial do caso Banif, as toupeiras na Polícia Judiciária e o mistério das escutas de Armando Vara e José Sócrates, o ataque de Angola aos bancos portugueses e as investigações à elite de Luanda.
António José Vilela revela “histórias secretas” do caso Banif através de centenas de documentos, escutas telefónicas e e-mails confidenciais, muitos deles dispersos em dezenas de volumosos inquéritos-crime.
O livro faz uma viagem de 15 anos ao tráfico de influências, aos offshores do dinheiro clandestino, às toupeiras na Polícia Judiciária e no Ministério Público, ao plano para dominar o primeiro banco português e aos bastidores das investigações judiciais portuguesas à elite política e económica angolana.
O autor conta a história de um banco que terá lavado mais de 1.500 milhões de euros e que acabou intervencionado e vendido pelo Estado português, arrastando investidores privados e muito dinheiro público. Um caso que ainda hoje se encontra sob investigação da justiça portuguesa.
“Tal como no Brasil, onde a Lava Jato penetrou no núcleo da corrupção que capturou o Estado, de cada vez que António José Vilela puxa uma pena, sai uma galinha. É assim que, a partir da investigação a uma tentativa obscura de figuras do Estado angolano comprarem discretamente um banco menor do sistema financeiro português (caso Banif), chegamos a um procurador comprado pelos angolanos (Operação Fizz), aos esquemas de lavagem de dinheiro e fuga ao Fisco montados ao serviço dos poderosos em Portugal (Operações Monte Branco e Furacão), à cultura de tráfico de influências que apanhou Armando Vara, um dos grandes políticos de negócios do país (Face Oculta), e desvendou uma suspeita de atentado ao Estado de Direito em Portugal (logo prontamente arquivada por um sistema judicial atento, venerando e obrigado), à máquina de lavar dinheiro que Isabel dos Santos e outros figurões angolanos montaram no sistema financeiro português (casos EuroBic, BPAE e outros) e à cúpula desta economia da corrupção que dominou o país durante anos, no plano económico (caso BES) e no plano político (Operação Marquês)”, descreve o consultor em políticas anti-corrupção e vice-presidente da Frente Cívica, João Paulo Batalha, no prefácio.
João Paulo Batalha acrescenta ainda que “os nomes das operações e os números de processo são diferentes. Mas os protagonistas são os mesmos — os mesmos agentes económicos, os mesmos políticos, os mesmos cleptocratas e, crucialmente, os mesmos advogados, gestores de “ativos” e intermediários bem relacionados”.
António José Vilela é licenciado em Comunicação Social e Mestre em Ciência Política pelo ISCSP (Universidade de Lisboa), onde é Professor Auxiliar Convidado desde 1999. É jornalista desde julho de 1992 e exerce as funções de Diretor Adjunto da revista Sábado. Estagiou na TSF e trabalhou no Correio da Manhã, Euronotícias e O Independente. Colaborou nas revistas Grande Reportagem e Notícias Magazine. É autor de centenas de artigos de investigação jornalística e dos livros: Viver e Morrer em Nome das FP-25 de Abril (2005); Segredos e Corrupção – O Negócio das Armas em Portugal (2009); Salazar e a Conspiração do Opus Dei (2011); Segredos da Maçonaria Portuguesa (2013); Os Códigos e as Operação dos Espiões Portugueses (2015); Apanhados – As Investigações Judiciais às Fortunas Escondidas dos Ricos e Poderosos (2017). Ganhou o Prémio Reportagem Segurança Rodoviária (1999) e o Prémio Reportagem Orlando Gonçalves (2004).
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