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Livro: “Crónicas Italianas, entre mito e realidade”

António Mega Ferreira, escritor, gestor e jornalista encerra com este livro o tríptico que integra os seus anteriores títulos “Roma, exercícios de reconhecimento” e “Itália, práticas de viagem”.
23 Outubro 2021, 10h26

 

“A Itália que [Cervantes] conheceu durante esses tempos aparece recordada muitos anos depois, nas ‘Novelas Exemplares’, cujos espaços de representação se distribuem por Roma, Florença, Milão. (…) o estudante-soldado terá oportunidade de se espantar com a beleza de Génova, onde provará a suavidade e a força dos vinhos italianos, com a localização e o asseio de Florença, com as relíquias e a grandeza de Roma, com a magnificência de Nápoles, ‘em sua opinião, e na de todos que a viram, a melhor cidade da Europa e mesmo de todo o mundo’”.

O novo livro de António Mega Ferreira insere-se numa velha tradição da narrativa literária, ‘a viagem a Itália’, que teve cultores desde a Idade Média. A partir do século XVII, os homens europeus mais abastados criaram uma espécie de moda – que se iria prolongar nos séculos seguintes – que consistia em viajar durante uns meses por Itália e Grécia, tomando assim contacto com as artes clássicas, viagem a que se daria o nome de Grand Tour.

Esta viagem iniciática foi feita por vários artistas e escritores, como Montaigne (o seu “Journal de voyage” relata a viagem através dos Alpes suíços e Itália, até às ruínas romanas de Ostia); Goethe (e o clássico “Viagem a Itália”); Rilke, que escreveu parte de “Elegias de Duíno” quando estava hospedado no castelo homónimo, a convite da princesa Marie von Thurn e Taxis; Proust, que relatou para “Le Figaro” a sua viagem a Florença na Páscoa de 1913; ou Stendhal, a cujo obra o autor português vai buscar o título deste seu livro.

Encerrando o tríptico que integra os seus anteriores títulos “Roma, exercícios de reconhecimento” e “Itália, práticas de viagem”, todos publicados pela Sextante Editora, neste “Crónicas Italianas” o leitor é levado nas asas de narrativas verdadeiras ou míticas, para descobrir e observar por dentro a história das cidades, dos seus criadores e das grandes obras das artes plásticas, da arquitetura, da literatura e da música italianas.

António Mega Ferreira, escritor, gestor e jornalista, nasceu em Lisboa em 1949. Estudou Direito e Comunicação Social, foi jornalista no “Jornal Novo”, no “Expresso”, em “O Jornal” e na “RTP”, onde chefiou a redação da Informação do segundo canal. Foi chefe de redação do “Jornal de Letras, Artes e Ideias” (JL). Fundou as revistas “Ler” e “Oceanos”.

Chefiou a candidatura de Lisboa à Expo’98, de que foi comissário executivo. Foi presidente da Parque Expo, do Oceanário de Lisboa e da Atlântico, Pavilhão Multiusos de Lisboa, S.A. De 2006 a 2012, presidiu à Fundação Centro Cultural de Belém. De 2013 a 2019, desempenhou as funções de diretor executivo da AMEC/Metropolitana. Tem cerca de 40 obras publicadas, entre ficção, ensaio, poesia e crónicas.

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