Passear pelas ruas de uma das mais fascinantes cidades da América Latina na companhia de Leonardo Padura é um verdadeiro privilégio.
Nascido em Havana, em 1955, o escritor é conhecido sobretudo como criador do detetive Mario Conde, um polícia melancólico, fã de jazz e de Ernest Hemingway, que, apesar de desvendar com sucesso crimes ocorridos na sua cidade natal, não consegue resolver os seus problemas pessoais. Com estes policiais, recebeu vários prémios; para além de lhe terem sido outorgados o Prémio Nacional de Literatura de Cuba e o Prémio Princesa das Astúrias para os quais, na nossa opinião, teria bastado um só título da sua obra: “O Homem Que Gostava de Cães”, onde narra os anos de Trotsky na Cidade do México, ao lado de Frida Khalo e Diego Rivera, e onde viria a ser assassinado por Ramón Mercader, a mando de Estaline.
Mas, regressando à capital cubana, esta costuma ser também uma protagonista nos seus livros. Donde, “Ir a Havana”, publicado em Portugal pela Porto Editora, com tradução de Jorge Pereirinha Pires, é um cruzamento contínuo entre a autobiografia de Padura e os livros onde a descreve, recheado de aspetos menos conhecidos e surpreendentes, mesmo que pareça ter parado no tempo, como mostram as fotografias de Carlos T. Cairo.
Há cidades literárias e Havana é, sem dúvida, uma delas. No lote, podemos colocar ainda Tânger ou São Petersburgo. Mas, nem todas as cidades literárias são, simultaneamente, tão cinematográficas nem tão musicais. Boa estadia!
Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.
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