Estudar um mapa é um exercício fascinante, que nos ajuda a ler e a compreender o mundo que nos rodeia, a sua história, o que nos liga e nos divide de outros povos ou países.
Por vezes, as fronteiras são delimitadas por barreiras físicas óbvias, como as montanhas ou rios; mas, outras vezes, essas linhas divisórias são baseadas em meras perceções ou em diferenças subtis como a língua, o clima ou crenças religiosas – em Glasgow, por exemplo, o clube de futebol Celtic surge tradicionalmente ligado à Igreja Católica e os Rangers aos Protestantes.
Em “Linhas Invisíveis”, o geógrafo Maxim Samson apresenta 30 destes limites invisíveis, exemplos das muitas formas como nos relacionamos e experienciamos o mundo, incluindo o Tratado de Tordesilhas – mas chamando também a atenção para a fronteira física entre os dois países ibéricos que é respeitada até pelos abutres, presentes em grande número em zonas limítrofes espanholas, como Castela e Leão, mas quase ausentes dos nossos céus; a chamada Faixa da Malária, correspondendo a grande parte da África Subsaariana, onde ocorre cerca de noventa por cento dos casos; ou a possibilidade de viajar em dois continentes sem sair da mesma cidade, Istambul, bastando para isso fazer a curta travessia do Bósforo.
Numa altura em que tanto se depende dos telemóveis, que dificilmente permitem esta visão simultaneamente ampliada e aprofundada do planeta, este livro editado pela Desassossego ganha ainda mais relevância para lermos o mundo e os que nele habitam.
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