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Livro: “O Lado Invisível do Mundo”

Recorrendo à sua memória, ao testemunho de amigos e aos inúmeros cadernos de reportagem que encheu ao longo da sua vida profissional, Barata-Feyo conta-nos como foi atravessar África e como essa viagem continua a revelar tanto sobre o continente e sobre a essência do jornalismo.
15 Janeiro 2022, 10h05

 

Os tempos não estão de feição para o jornalismo, como é sabido. Felizmente, em Portugal, temos alguns nomes que foram fazendo história e podem, hoje, ser recordados com a chancela da seriedade e do compromisso com a informação. José Manuel Barata-Feyo, autor deste “O Lado Invisível do Mundo”, editado pelo Clube do Autor, é um desses nomes. E é ele próprio que contextualiza a situação atual.

“Nestes tempos de inquietação, em que o jornalista está acorrentado à secretária, como um funcionário aplicado, nestes tempos em que o jornalismo tropeça e vai ao chão das redes sociais, das notícias falsas, dos interesses sem legitimidade democrática dos grupos económicos, das novas formas de censura e, bem mais grave, das rasteiras que alguns jornalistas pregam ao jornalismo, não sei se estas reportagens terão servido, ainda que só um pouco, para recordar o longo e nobre combate da imprensa contra a terra incógnita e pela liberdade dos homens. Mas espero que sim.”

Nos primeiros dias de 1977, ao volante de um Land Rover, José Manuel Barata-Feyo começou uma reportagem que ainda não acabou. Sozinho ao volante do jipe, parte sozinho de Paris rumo a África. O jornalista pretendia descer até Angola e regressar por Moçambique. Acabou por dar uma volta ao mundo em reportagem.

Recorrendo à sua memória, ao testemunho de amigos e aos inúmeros cadernos de reportagem que encheu ao longo da sua vida profissional, o jornalista conta-nos como foi atravessar África e como essa viagem continua a revelar tanto sobre o continente e sobre a essência do jornalismo.

Partindo dessa viagem única, Barata-Feyo recorda algumas das suas grandes reportagens. Umas representam um marco no sempre inacabado combate entre o jornalismo independente e o poder político, em democracia; outras tratam temas prementes que, sendo do passado, o são também da atualidade, e outras ainda porque dizem respeito a alguns sítios maravilhosos do nosso planeta que a civilização, o turismo de massas e a poluição ainda não estragaram.

Uma história puxa outra e nunca se sabe quantas virão no final. E poderá ainda encontrar algumas histórias dentro de outras, como nas matrioscas russas.

Para os mais novos, convirá referir que José Manuel Barata-Feyo exerceu vários cargos de chefia e direção em jornais, revistas e televisão. Na RTP, foi o responsável pelos programas “Grande Reportagem”, “Portugal Sem Fim” e “Enviado Especial”. Como repórter, ganhou vários prémios nacionais e estrangeiros.

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