“Os britânicos são uma raça engenhosa. (…) Há alguns anos, o Ministério do Comércio Internacional do Japão realizou um estudo sobre a inventividade nacional e concluiu que na era moderna a Grã-Bretanha produziu 55 por cento de todos os ‘inventos significativos’ do mundo, contra 22 por cento dos EUA e 6 por cento do Japão. É uma proporção extraordinária”.
Hoje, não muitos anos depois deste estudo, as percentagens estarão algo diferentes, sobretudo devido à ascensão da China aos lugares cimeiros do comércio mundial. Mas os súbditos de Sua Majestade continuam criativos como nunca, sendo que uma das suas mais recentes invenções – o Brexit – cobra enormes dividendos: as taxas alfandegárias e os serviços inerentes de que nem os livros foram isentados.
Depois do referendo definitivo, tentou perceber-se quem teriam sido as pessoas que votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia, fazendo assim emergir aos olhos do mundo uma realidade muito diferente da imagem dada por Londres, tão dinâmica e atrativa, ou outras cidades, como Liverpool ou Manchester. Menos visitado pelos estrangeiros, esse Reino Unido mais rural, pleno de campos bem tratados e sempre verdejantes graças à inclemência meteorológica, pode revelar agradáveis surpresas e ser uma bênção para os amantes da natureza e de caminhadas ao ar livre.
Em 1995, Bill Bryson fez uma viagem por Inglaterra com o intuito de explorar essas paisagens, da qual resultou um retrato preciso e hilariante, intitulado “Crónicas de Uma Pequena Ilha”, editado em Portugal pela Bertrand.
Duas décadas mais tarde, o autor – que, entretanto, adquiriu nacionalidade britânica – parte de novo para redescobrir o seu país adotivo. Ao longo das páginas de “Regresso à Pequena Ilha. Aventuras de um americano em terras de Sua Majestade”, publicado pela mesma editora portuguesa, acompanhamos Bryson na sua travessia por campos, vilas, pubs e fraquezas humanas.
Seja evitando um ataque de vacas em Torcross, perdendo-se na H&M em Kensington High Street ou, com maior gravidade, contemplando o futuro das maravilhas naturais da nação face a um desenvolvimento agressivo, o autor guia-nos com o seu humor irresistível, compondo um tributo ao seu país de adoção.
Bill Bryson nasceu em Des Moines, no Iowa, em 1951. A vida levou-o até Inglaterra onde viveu longos anos, tendo escrito para “The Times” e “The Independent”, antes de se mudar com a mulher e os quatro filhos para os Estados Unidos, mudança esta que não foi permanente, tendo regressado ao Reino Unido, em 2003, onde vive atualmente.
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