A Altri teve lucros de 117,4 milhões nos primeiros nove meses de 2022, o que corresponde a um aumento de 29,9% em relação aos meses de janeiro a setembro do ano passado. As receitas da empresa da pasta e papel fixaram-se nos 805,9 milhões de euros no mesmo período, após uma subida homóloga de 37,7%.
O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 223,4 milhões de euros nos nove meses, mais 25,4%, sendo que só no terceiro trimestre esse indicador cresceu 16,4% para 92,6 milhões. De julho a setembro, o EBITDA por tonelada de pasta atingiu os recordistas 338 euros – nunca tinha acontecido na história do grupo português.
A produção de 852,1 mil toneladas de fibras celulósicas, com 86% destinado a mercados externos, de acordo com os dados enviados esta tarde à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“São números positivos aqueles que aqui apresentamos, mas saliento que foram alcançados num ambiente desafiante, especificamente no que diz respeito à inflação dos vários custos variáveis. Aumentos significativos foram registados no preço do gás natural assim como nos químicos. O custo médio da madeira foi mais elevado em grande parte refletindo o maior nível de importação”, alertou o CEO, no relatório financeiro.
Nas contas do terceiro trimestre, o resultado líquido ficou-se pelos 47,7 milhões de euros. O grupo destaca a “evolução negativa dos hedges cambiais com o dólar, registados em resultados financeiros, e o aumento da taxa de imposto efetiva no trimestre”. O desempenho financeiro terá sido “influenciado pelo volume de produção, pelas vendas, mas também pelos preços”.
Segundo José Soares de Pina, “todos estes fatores estão a ter impacto no grupo Altri, levando a um acréscimo relevante nos custos de produção por tonelada”. “Ainda assim, estamos a conseguir, fruto do foco na eficiência das nossas operações, mais do que compensar esses encargos, apresentando neste terceiro trimestre um nível recorde de EBITDA por tonelada, de 338 euros, assegurando níveis de rentabilidade de referência no sector”, realça o CEO.
Já o investimento subiu para os 34,8 milhões de euros (nesta altura em 2021 estava nos 16,8 milhões de euros), onde se incluem cerca de 9,7 milhões de euros relacionados com a nova caldeira de biomassa para a Caima. No terceiro trimestre, o capital investido foi de 16 milhões de euros. A dívida também teve um acréscimo homólogo, para cerca de 358,9 milhões de euros.
“A margem de EBITDA foi de 27,7% no acumulado do ano (-2,7 pontos percentuais), sendo de 32,6% nos três meses terminados em setembro, uma redução de 4,0 pontos percentuais face ao período homólogo. Apesar de um ambiente favorável de preços da pasta, o contexto inflacionista de vários custos variáveis limitou a evolução da margem”, lê-se ainda, no documento divulgado pela CMVM.
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