A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de 126 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que corresponde a um crescimento de 85% em termos homólogos. A CGD regressa aos dividendos, com a administração do banco público a propor uma remuneração de 200 milhões.
A atividade em Portugal foi responsável por cerca de 68% dos lucros (86 milhões). A operação internacional foi responsável por 40 milhões dos lucros, em especial o BNU Macau, com 17 milhões.
Destaque para o efeito das mais-valias com a venda de imóveis nestes lucros. Isto porque, se forem excluídas estas mais-valias, os lucros do banco liderado por Paulo Macedo teria sido 55% superior aos lucros do primeiro trimestre de 2018. A mais-valia obtida com a venda de um imóvel Rua do Ouro ascendeu a 50 milhões, e teve um impacto positivo nos lucros de 36 milhões.
Estes resultados foram suportados “pela evolução favorável do resultado de exploração”, isto é, a soma da margem financeira e das comissões líquidas, mas excluindo os custos de estrutura.
Assim, a exploração da CGD ascendeu a 126 milhões, o que se traduz num crescimento de 11,5%, em termos homólogos.
O produto bancário gerado pela CGD no primeiro trimestre alcançou 455,9 milhões de euros. Uma subida de 18,7 milhões num ano.
A margem financeira atingiu 283,4 milhões, o que se traduz numa queda de oito milhões de euros por comparação com o primeiro trimestre do ano anterior. O banco justifica esta contração da margem financeira com “a conjuntura das taxas de juro e o seu impacto na carteira de crédito e de ativos financeiros”, em especial na atividade doméstica.
As receitas com as comissões cresceram, em termos homólogos 5%. Em termos consolidados, as receitas com as comissões ascenderam a 120 milhões; já na atividade nacional, as comissões geraram receitas de 95 milhões.
Os custos de estrutura caíram 5% para 277,7 milhões. Nesta rubrica está incluído um custo não recorrente de 55 milhões no âmbito dos programas de pré-reformas e rescisões por mútuo acordo, isto é, um custo com pessoal. O banco assegurou que esta despesa não-recorrente não teve impacto nos lucros.
A CGD ainda tem 719 milhões em imóveis para venda, o que compara com quase mil milhões de euros que o banco detinha no primeiro trimestre do ano passado.
Na atividade portuguesa, os recursos de clientes cresceram cerca de 3,6%, em termos homólogos, para 72.874 milhões, enquanto o crédito a clientes manteve-se quase inalterado em igual período, fixando-se em 44.303 milhões. No total, o volume de negócios, que agrupa os recursos a clientes e os créditos a clientes subiram 1,9% para 117,2 mil milhões (a variação anual em termos absolutos é de 2.188 milhões de euros).
O crédito à habitação subiu 58% para 449 milhões, isto é, um aumento de 165 milhões face ao registado no primeiro trimestre do ano anterior (283 milhões).
O rácio cost-to-income manteve a tendência descendente, alcançando os 48%, o que compara os 52% registado em igual período de 2018 e os 58% apresentado no primeiro trimestre de 2017.
Caixa reduz NPL em 5,8 mil milhões
Desde 2016 que o banco público tem vindo a reduzir os non-performing loans, isto é, empréstimos de recuperação difícil. Nesse período, a CGD reduziu os NPL em 5,8 mil milhões de euros, ou seja, 55%. No último trimestre, a CGD tinha 6,7 mil milhões em NPL, o que compara com 15,6 mil milhões que o banco no balanço em dezembro de 2016.
A CGD terminou o primeiro trimestre com um rácio de NPL na casa dos 7,8%, mas o NPL superior a 90 dias ficou abaixo dos 5%.
O banco registou 9 milhões de euros de novas imparidades no trimestre, o que representa 0,06% de custo do crédito.
O banco registou uma cobertura de 103% sobre os NPL, sendo que 40,2% têm contrapostos um colateral que os garante em caso de incumprimento; 62,8% foram constituídos em imparidades.
Em termos de rácios de capital impostos pelo Banco Central Europeu, o common tier 1 no primeiro trimestre fixou-se em 15%, sendo que este poderá baixar para 14,6% após o pagamento de dividendos.
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